Nesta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tomar um depoimento da deputada federal bolsonarista, Carla Zambelli (PL), devido à perseguição armada ocorrida em São Paulo, no dia anterior ao segundo dia das eleições deste ano.
Nesse sentido, a Procuradoria-Geral da República se manifestou após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ter determinado que o Ministério Público analisasse um pedido de investigação contra Zambelli no prazo de três dias. O pedido de investigação contra Carla Zambelli foi feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
No documento enviado pelo Ministério Público, o órgão afirmou que a diligência será realizada “sem prejuízo de outras oitivas decorrentes que se afiguram necessárias”. Além disso, a PGR afirmou que é necessário haver uma cópia do inquérito policial que foi aberto em São Paulo para dar sequência ao processo e, devido a isso, solicitou à Corte o requerimento do material à Justiça de São Paulo.
De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, é necessário realizar uma avaliação preliminar do caso. “Com o escopo de averiguar preliminarmente as circunstâncias fáticas que envolvem autoridade com prerrogativa de foro o egrégio Supremo Tribunal Federal, na forma do art.102, I, b CR/88, urgem sejam adotadas diligências investigativas para o completo esclarecimento dos fatos”.
Relembre o caso de Zambelli
No dia 29 de outubro, Carla Zambelli sacou e apontou sua pistola, uma Taurus 9 milímetros, e iniciou uma perseguição a Luan Araújo após uma briga na Alameda Lorena. Além de Zambelli, seu segurança, Valdecir Silva, que também é policial militar, realizou uma perseguição ao rapaz de 32 anos portando uma arma.
Em depoimento fornecido à Polícia, Carla Zambelli afirmou que, poucas horas antes do ocorrido, ela estava sendo ameaçada por meio de ligações e mensagens, se dizendo “muito abalada, em estado de terror”. Ainda, de acordo com a deputada federal, ela foi xingada, assim como foi alvo de cusparadas na saída do restaurante em que almoçou.
Durante as discussões, Zambelli afirmou ter visto “uma pessoa desconhecida, o qual trouxe a mão na cintura, que se encontrava um volume característico ao porte de arma de fogo”. Zambelli relatou também que caiu após ter sido empurrada. Contudo, vídeos divulgados nas redes sociais mostram que a deputada se desequilibrou sozinha e caiu.
Por outro lado, o jornalista Luan Araújo, vítima da perseguição e eleitor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou estar saindo de uma hamburgueria e, logo em seguida, começou a trocar provocações com apoiadores de Carla Zambelli, tornando-se rapidamente uma discussão.
Segundo Luan, tanto Zambelli quanto o seu segurança teriam começado a correr atrás dele após a discussão e, neste momento, ouviu um barulho de tiro. Após a deputada bolsonarista ter alcançado Luan, ela afirma que começou a apontar a pistola, mandando que o mesmo se deitasse no chão. Neste mesmo momento, ele entrou em uma lanchonete, seguido por Zambelli e seus apoiadores, quando o jornalista afirmou que “os ânimos foram se acalmando”.