O governo federal propôs um novo salário mínimo para o ano de 2023: R$ 1.294. O valor está no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem e representa um aumento de R$ 82 quando comparado com o atual salário mínimo, que é R$ 1.212.
Matematicamente falando, o reajuste é de 6,70%. No entanto, na prática, esse aumento não representará uma elevação no poder de compra das pessoas, visto que será dado apenas para que a perda da inflação do período seja amortizada.
Hoje, de acordo com números do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo é referência para 56,7 milhões de pessoas no Brasil. Dessas, 24,2 milhões são beneficiárias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
De acordo com o governo federal, o valor ainda pode ser alterado até o final do ano, dependendo do acumulado da inflação no ano de 2022. Isso porque, de acordo com a Constituição, o aumento não pode ser inferior à inflação.
No texto, o governo ainda especulou os próximos salários mínimos: R$ 1.337 em 2024 e R$ 1.378 em 2025. Todavia, importante lembrar que esses valores são apenas uma referência, e também podem ser alterados posteriormente.
Salário mínimo longe do necessário
Os números previstos para os próximos salários mínimos estão muito longe do que o brasileiro realmente necessita para ter uma vida equilibrada. Isso porque, de acordo com cálculos do Dieese, o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 5.997,14.
Este montante é 4,95 vezes maior do que o salário mínimo atual. Para se chegar a este número, informou o Dieese, foi calculado o mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador com uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
“O trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo”, destacou o Dieese.
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