Começou a valer neste sábado (18) o reajuste da Petrobras, que aumentou os preços dos combustíveis: 5,18% na gasolina e 14,26% no diesel vendida às distribuidoras. De acordo com especialistas, isso deve pressionar ainda mais a inflação e provocar um novo desgaste no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o jornalista Valdo Cruz, da “GloboNews”, apesar das críticas públicas do governo, sobretudo de Bolsonaro, que afirmou que a estatal “traiu” os brasileiros, grande parte dos conselheiros que deram o sinal verde para o reajuste foram indicados pela própria gestão do chefe do Executivo.
Prova disso é que, atualmente, dos 11 membros que compõem o conselho da Petrobras e são responsáveis por definir os reajustes dos combustíveis juntamente com a direção da empresa, seis foram indicados pelo governo Bolsonaro.
Tentativa de mudança na Petrobras
Há quase um mês, o governo tenta trocar o comando da Petrobras: Bolsonaro demitiu José Mauro Ferreira Coelho da presidência da empresa e indicou Caio Mário Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, para o posto.
Além disso, o governo também pretende trocar os conselheiros da estatal e forçar uma mudança na política de preços da empresa. Assim como publicou o Brasil123, a gestão, inclusive, encaminhou uma lista com oito nomes de total confiança do Palácio do Planalto e da equipe econômica.
No entanto, apesar de querer, a troca ainda não aconteceu porque o governo precisa aguardar os trâmites legais, que preveem que a diretoria convoque uma assembleia de acionistas 30 dias depois da indicação dos conselheiros, que é formado em grande parte por indicados pelo governo, maior acionista da estatal.
Nos últimos dias, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PSD), líder do Senado e até Bolsonaro, vieram a público pedir para que José Mauro renuncie ao cargo. Apesar das pressões, o executivo da empresa não tem dado sinais de que pretende deixar seu posto antes da hora.
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