Pouca gente sabe, mas o Banco Central (BC) vem trabalhando nos últimos tempos para lançar uma moeda digital no país. Trata-se do Real Digital, que deverá funcionar como uma extensão do nosso papel moeda nos próximos anos.
De acordo com Fábio Araújo, economista da instituição financeira, os testes da versão digital do real deverão começar em 2023. Na verdade, o cronograma previa os primeiros testes ainda em 2022. Contudo, a greve dos servidores do BC atrasou a programação inicial.
“A gente tinha a intenção de começar os pilotos [testes] talvez ainda no final desse ano, mas a greve atrasou bastante o cronograma. De toda forma, em 2023 e, em boa parte de 2024, a gente vai ter os pilotos rodando e as condições de ter certeza do lançamento da moeda digital na segunda metade de 2024”, explicou Araújo.
Saiba mais sobre o projeto
Em maio do ano passado, o BC anunciou que estava iniciando uma pesquisa para a possível implantação do chamado Real Digital. Os estudos para a criação da moeda digital brasileira surgiram, pois o BC estava se esforçando para fazer o Brasil acompanhar as inovações tecnológicas da economia mundial.
Aliás, os estudos tiveram início em agosto de 2020, mas somente em maio de 2021 que houve a divulgação das primeiras diretrizes para a elaboração do Real Digital.
Em resumo, o BC reuniu um grupo com o objetivo de estudar formas de implantar uma moeda virtual brasileira. Diversos países no mundo têm estudado as chamadas CBDC (Central Bank Digital Currency, na sigla em inglês). A saber, a tradução livre significa Moeda Digital Emitida por Banco Central. Inclusive, países como a China e as Bahamas já lançaram as suas CBDC.
Diferença entre criptomoedas e o Real Digital
Há grandes diferenças entre o Real Digital e as criptomoedas, e a mais importante delas se refere ao controle das moedas. A propósito, as criptomoedas surgiram com o objetivo de serem moedas descentralizadas. Isso quer dizer que governos ou bancos não podem controlá-las. Por outro lado, o real digital fica sob controle do BC.
Outra diferença se refere à escassez das moedas digitais, que são consideradas ativos e passam a ter muito valor atribuído, em especial o bitcoin. Como o Real Digital é apenas uma extensão do papel moeda, seu valor continua o mesmo do dinheiro físico.
Além disso, as criptomoedas não oferecem proteção e garantia aos usuários sobre o dinheiro. Então, os riscos que os investidores correm no mercado de moedas digitais é bem superior ao oferecido pelo Real Digital.
Por fim, a centralização da moeda digital brasileira garante que ela não oscile igual às criptomoedas. Em outras palavras, a variação do real será bem mais previsível e menor do que a do mercado de criptmoedas.
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