Colocar seu CPF na farmácia para ganhar descontos pode parecer algo inofensivo, mas tem ultimamente gerado preocupações sobre a privacidade dos dados e os possíveis impactos para os clientes. Se você costuma fazer isso, é bom repensar essa prática. Veja todos os detalhes a seguir!
Informar CPF na farmácia é perigoso?
Um relatório do UOL revelou que muitas farmácias coletam dados pessoais importantes dos clientes quando se cadastram. Geralmente, não explicam como essas informações serão utilizadas e compartilhadas. Assim, você fica sem saber para onde vão seus dados. Muito cuidado!
O que muita gente não sabe é que, em várias situações, os dados que você compartilha, como o CPF, podem ser usados para outros fins além de simplesmente dar um desconto na compra. E pior, tudo isso sem você sequer autorizar. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) também alertou sobre isso e está de olho nessa prática das farmácias.
Em maio deste ano, a ANPD emitiu um comunicado sobre a coleta excessiva de informações pessoais. Com essas novas orientações, muitos consumidores estão tentando remover seus dados dos registros das farmácias. Geralmente, é preciso acessar um site específico para fazer isso, mas às vezes é necessário enviar um e-mail solicitando a exclusão.
Infelizmente, algumas farmácias não agem de forma ética e compartilham os dados dos clientes, lucrando com isso ao vendê-los para outras plataformas de publicidade, tudo sem o seu consentimento.
Por isso, é sempre bom ser cauteloso ao fornecer seu CPF, não apenas em farmácias, mas em qualquer lugar. Tomar esses cuidados básicos ajuda a proteger seus dados e evita que você seja inundado com ofertas de produtos e serviços sem o seu consentimento.
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Farmácias cobram preços mais altos
Conforme o artigo do UOL, as farmácias se baseiam nos preços da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), vinculada à Anvisa. Vale ressaltar que a ideia inicial desse órgão era reduzir os preços dos remédios.
No entanto, atualmente, os preços na tabela da Cmed estão mais altos do que os praticados no mercado. Um exemplo citado na reportagem é o medicamento losartana, que custa R$ 93,47 na Cmed, mas foi adquirido por órgãos públicos por apenas R$ 4 em 2022.
Dessa maneira, isso permite que as farmácias elevem os preços e cobrem muito mais do que o valor real. Além disso, elas coletam o CPF dos clientes para oferecer descontos, usando esses dados para outras finalidades.
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Exigência do CPF acaba coagindo o cliente
Segundo Marcus Pujol, diretor de pesquisas do Procon-SP, em entrevista ao UOL, as farmácias aumentam os preços dos produtos quando o cliente fornece o CPF. Dessa forma, o consumidor não consegue comprar o medicamento por um preço mais baixo de outra maneira.
Um exemplo citado na matéria é sobre a rede RaiaDrogasil, que reuniu informações de 48 milhões de pessoas em um banco de dados. Desse modo, eles lucram com essas informações ao mostrar propagandas para esses clientes.
Por isso, seria importante ter regras claras sobre a obrigatoriedade do CPF para ganhar descontos. Nesse momento, o Estado não está fiscalizando isso, e o consumidor não tem muito controle sobre essa situação.
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