A Justiça do Rio de Janeiro condenou, na sexta-feira (27), duas pessoas: Françoise de Souza Oliveira e o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, ambos acusados pela morte do embaixador grego no Brasil, Kyriakos Amiridis, em 2016.
Segundo a decisão, proferida pelo Conselho de Sentença da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, a Françoise, que era companheira de Kyriakos Amiridis, foi condenada a 31 anos de reclusão. Já Sérgio terá que cumprir uma pena de 22 anos.
Durante o julgamento, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, parente de Sérgio, foi absolvido da acusação que afirmava que ele havia participado do homicídio. Todavia, ele acabou sendo condenado a um ano de reclusão em regime aberto por ocultação de cadáver.
Conforme as informações, o julgamento dos envolvidos durou três dias e contou com 18 testemunhas. Segundo Anna Christina da Silveira Fernandes, juíza responsável pelo caso, as circunstâncias do crime são atípicas.
“A vítima foi executada durante a época das festas natalinas, onde há uma natural aproximação das famílias, sendo que, nesse caso, esta família foi esfacelada diante de uma brutalidade que mais se aproxima a um ato bestial”, escreveu a juíza.
Morte planejada
Segundo a denúncia, que foi apresentada pelo Ministério Público (MP), a viúva do embaixador planejou, junto com o amante, o PM, a morte de Kyriakos. Durante sua decisão, a juíza ressaltou que o crime cometido pelo policial, além de bárbaro, revela a quebra do compromisso de um militar para com a sociedade.
“É sempre bom lembrar que Sérgio jurou defender a sociedade e não se insurgir contra ela. Valeu-se o acusado dessa condição, de policial militar, para que pudesse executar o crime, desonrando a Briosa e toda a confiança nele depositada pelo Estado”, disse.
Em outro momento, ela afirmou que a viúva, por outro lado, manchou o nome do Brasil e envergonhou todo um país. “Françoise, que se autodenomina embaixatriz, manchou o nome do Estado Brasileiro e envergonhou a nação com sua conduta, diante da negativa repercussão internacional dos fatos”, disse a magistrada.
“Além disso, o crime foi meticulosamente pensado, premeditado, pois conforme os depoimentos colhidos, a acusada planejou e arquitetou, sendo a mandante de toda a trama macabra”, salientou a juíza.
A morte do embaixador grego
Kyriacos Amiridis foi executado em casa, no fim de 2016. Após a morte, os suspeitos levaram a vítima em um carro e colocaram fogo no veículo, com o embaixador dentro. O corpo dele foi encontrado alguns dias depois, carbonizado, embaixo de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
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