Novos capítulos sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes podem ser revelados em breve. Isso porque, de acordo com uma reportagem da “Veja”, a viúva do miliciano Adriano da Nóbrega, Julia Mello Lotufo, apontou que sabe quem foi o mandante da execução.
Corpo de miliciano Adriano da Nóbrega é exumado a pedido do MP da Bahia
Segundo a publicação, a informação foi revelada aos procuradores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), pois Julia Lotufo negocia uma delação premiada com o órgão.
Na ocasião, a mulher teria detalhado a participação de Adriano em uma dezena de homicídios e ainda revelado uma lista de agentes públicos que receberam propina para acobertar os crimes.
Atualmente, Julia está em regime de prisão domiciliar, sendo obrigada a usar tornozeleira eletrônica. A proposta de uma delação premiada partiu dela mesmo, que pretende conseguir a revogação das medidas restritivas determinadas pela Justiça.
Mulher nega envolvimento de Adriano da Nóbrega
Ainda conforme publicou a “Veja”, Julia Lotujo nega que o ex-marido tenha participado do assassinato de Marielle e Anderson. Todavia, ela afirma que integrantes de uma milícia carioca procuraram Adriano para discutir a possibilidade de ele preparar um plano para matar a vereadora.
Segundo a mulher, os milicianos afirmavam que a atuação de Marielle estaria colocando em risco os negócios da milícia. Aos promotores, Julia Lotujo disse que Adriano recusou a proposta porque considerava a ideia absurda e arriscada, especialmente por envolver uma parlamentar.
Da onde partiu a ordem
Quando soube da morte da vereadora, informou a mulher, Adriano teria se surpreendido e, por isso, foi cobrar satisfações de comparsas, ouvindo que a ordem havia partido do alto-comando da milícia Gardênia Azul.
Segundo a “Veja”, um dos líderes da milícia em questão é o ex-vereador Cristiano Girão. Em setembro de 2020, a Polícia Civil, juntamente com o MPRJ, realizaram busca e apreensão em endereços de Cristiano Girão e de pessoas ligadas ao policial militar reformado Ronnie Lessa, preso por participar do assassinato de Marielle.
Por fim, a reportagem da revista informa que ninguém quis informar o nome da pessoa que, conforme o relato de Julia Lotujo, teria ordenado a execução da parlamentar.
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