Está marcado para a próxima quarta-feira, 16, uma visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Este encontro tem gerado expectativas, pois é visto como uma oportunidade para Moscou aproveitar a relação amena entre o Brasil e os Estados Unidos da América (EUA).
Enquanto isso, Bolsonaro tem o propósito exclusivo de demonstrar força e imponência diante das dificuldades enfrentadas durante o pleito eleitoral que acontecerá no final deste ano. Pelo menos, esta é a avaliação feita por especialistas e pelo serviço russo, tendo em vista que Bolsonaro não é muito conhecido na Rússia. Pelas redondezas, a fama do chefe do Executivo brasileiro é apenas de um líder fraco que não consegue lidar com as dificuldades do próprio país.
Ainda assim, Putin, que também enfrenta uma crise internacional junto à fronteira da Ucrânia, deve se beneficiar do encontro com Bolsonaro e tirar algum proveito político deste debate. De acordo com a agenda presidencial, Bolsonaro deve chegar a Moscou na próxima terça-feira, 15, tendo um prazo de 14 horas para se preparar para a reunião no dia seguinte.
A agenda oficial prevê, ao menos, duas situações nas quais os presidentes do Brasil e da Rússia estarão reunidos. Vale ressaltar que o encontro é de extrema importância, tendo em vista que Putin enfrenta o aumento da tensão entre a fronteira da Rússia junto à Ucrânia, uma vez que este segundo teme uma invasão russa.
No entanto, a confirmação do encontro entre os presidentes estremeceu a relação perante o governo norte-americano. Isso porque, os diplomatas dos EUA estão contrariados com esta visita. Há alguns dias, o Departamento de Estado dos EUA atribuiu ao Brasil a responsabilidade de defender os princípios democráticos enquanto protege a ordem baseada em regras, reforçando a mensagem para a Rússia em qualquer oportunidade que tiver.
Vale mencionar que o encontro entre Bolsonaro e Putin marca o distanciamento do Brasil perante o governo dos EUA após a derrota de Donald Trump em 2020, idolatrado por Bolsonaro. Durante um certo tempo, Bolsonaro e Trump eram vistos como aliados políticos, resultando na denominação “Trump Tropical”, embora o Brasil não tivesse nenhum benefício ou afrouxamento das regras no que compete a uma relação amistosa entre os países.
Agora, com Joe Biden no poder, veio à tona as cobranças voltadas à preservação da Amazônia. O tema é visto como um fator responsável por intensificar a distância entre Bolsonaro e o governo norte americano. Justamente devido a este afastamento é que os especialistas russos avaliam a visita de Bolsonaro a Putin como uma oportunidade para amenizar a relação internacional.