Relatório do Banco Central aponta uma representação pequena do rotativo do cartão no endividamento dos brasileiros.
Segundo o relatório de estatística monetária e de crédito que o Bacen divulgou e que se refere ao mês de maio deste ano (2023), o montante de crédito que o rotativo dos cartões movimentam não chegam a 3% do total de crédito que se destina à PFs (Pessoa Física) no país.
Sendo assim, o registro dessa forma de crédito foi de R$ 71,3 bilhões de saldo no mês. Enquanto isso, o montante da carteira de dívidas desse público superou a casa dos R$ 2,4 trilhões.
Esse texto traz dados importantes sobre a inadimplência referente ao rotativo do cartão de crédito e ainda mostra se ele realmente representa o grande vilão da economia. Leia até o final!
Posição do rotativo do cartão no histórico de inadimplência
Ainda de acordo com o relatório que citamos anteriormente, comumente a inadimplência referente ao rotativo é infinitamente inferior às outras linhas de crédito do mercado financeiro.
O destaque fica por conta do financiamento imobiliário, que assume a maior parcela do endividamento, atingindo 39,4% do total. Essa modalidade de crédito somou um total de R$ 962,8 bilhões de dívidas no mês de maio.
Além disso, ainda aparecem no ranking acima do rotativo, o crédito consignado com um percentual de 25% do endividamento, a compra de automóveis com 10,9% e as modalidades de créditos não consignados que abocanham uma parcela de 10,5%. A soma dos demais tipos de crédito fecham 11,2% do total.
Motivos para baixa representação do rotativo do cartão no endividamento
Primeiramente, a forma como os brasileiros usam esse instrumento faz com que o rotativo do cartão tenha essa baixa representatividade no total de crédito. Também segundo o Bacen, o grande volume de movimento usando o cartão é referente às compras com pagamentos à vista ou ainda com parcelamento sem juros.
Assim, o total dessas compras de acordo com o relatório foi de R$ 370 bilhões no mês de maio. Esse quantitativo significa um percentual das compras no cartão acima de 73% e não conta com juros.
Em outras palavras, este montante resulta de operações que se encaixam na fatura mensal, com quitação na data de vencimento, sem produzir endividamento.
Vilão ou amigo dos consumidores?
Por fim, o relatório do Bacen mostrou que no mês de maio deste ano o rotativo do cartão foi responsável por um índice de inadimplência de 8,7%. Ou seja, superou um pouco a inadimplência total de PFs, que marcou um percentual de 6,3%.
Para o vice-presidente da Abecs, Ricardo de Barros Vieira, há sempre uma parcela de consumidores que acabam tendo dificuldade na hora de saldar suas dívidas. Contudo, de acordo com sua opinião, isso independe da modalidade de crédito. Sendo assim, o fator não tem ligação direta com o cartão de crédito e sim com fatores macroeconômicos.
Além disso, uma pesquisa mostra que quase 90% dos brasileiros quitam suas dívidas de cartão integralmente e no prazo determinado.
Você concorda que o rotativo do cartão não é vilão da economia? Compartilhe conosco sua opinião.