A primeira experiência com cigarro pode levar algumas pessoas a desenvolveram o vício rapidamente. Isso porque, segundo especialistas em genética, o vício em nicotina pode estar ligado diretamente à genética de cada pessoa.
Cada indivíduo acaba reagindo de forma diferente ao ser exposto à nicotina, por isso, muitas pessoas acabam não desenvolvendo o hábito, enquanto outras se tornam dependentes.
De acordo com um estudo holandês esta reação está relacionada aos receptores nicotínicos de cada organismo, visto que a maneira que são ativados, após o uso do cigarro pode ser mais intensa ou não devido aos fatores genéticos.
Esses fatores genéticos podem trazer alterações nos receptores nicotínicos aumentando assim, a propensão do indivíduo a desenvolver o vício.
A predisposição genética ao vício da nicotina pode ser detectada através de um exame com amostra de saliva. Além do cigarro, outras dependências acabam sendo identificadas através deste exame, como por exemplo, o alcoolismo.
Outros fatores que elevam o risco de dependência à nicotina
Além da predisposição genética, outros fatores externos podem aumentar a propensão à dependência em nicotina.
Visto que a vontade de fumar pode ser estimulada por diferentes vias neuronais e até do sistema nervoso central, acaba sendo bem comum associá-la a estados emocionais como ansiedade, nervosismo e até ao próprio prazer.
Outros fatores sociais, culturais e até familiares também influenciam o hábito, portanto, o principal meio de prevenção para não cair no vício é evitar a primeira experiência, afinal, nunca se sabe se há uma predisposição genética para nicotina ou não (exceto os que se submetem ao exame mencionado acima).
Principais riscos do tabagismo
Uma pesquisa realizada pela Fiocruz revelou o aumento de 34% do tabagismo no Brasil, durante este período de pandemia.
A justificativa para este aumento, segundo os entrevistados, está associada à deterioração da saúde mental, inclusive, a piora de quadros de depressão, ansiedade e insônia.
O cenário se torna ainda mais preocupante, quando relacionado aos riscos do tabagismo à saúde do indivíduo. Dentre eles os principais são:
- Vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia);
- Doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias);
- Doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses)
- Úlcera do aparelho digestivo;
- Osteoporose;
- Catarata;
- Impotência sexual no homem;
- Infertilidade na mulher;
- Menopausa precoce;
- Complicações na gravidez.
Dentre todos esses malefícios, também vale destacar que anualmente no Brasil cerca de 157 mil pessoas morrem precocemente devido ao tabagismo.
Tratamento para o vício da Nicotina
Desde 2002 é oferecido gratuitamente a todos os brasileiros tratamentos contra o tabagismo pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A abordagem inclui avaliação individual, consultas individuais e sessões de grupo de apoio. Além disso são ofertados medicamentos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina.
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