O vice-presidente da república, Hamilton Mourão, irá se filiar ao partido Republicanos no próximo dia 16 de março. O general da reserva se elegeu na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) no PRTB. À época, o chefe do Executivo era filiado ao PSL.
De acordo com as informações divulgadas na tarde desta quinta-feira (24), Mourão não deve seguir como vice de Bolsonaro, pois deverá concorrer ao Senado pelo estado do Rio Grande do Sul. Com isso, o general protagonizará algo inédito: será a primeira vez que um vice-presidente não disputará a reeleição na chapa do presidente da República.
A chegada de Mourão ao novo partido não foi algo inesperado. Isso porque, no último dia 15, ele deu uma entrevista na chegada do Palácio do Planalto relatando que estava “praticamente” decidido que ele iria deixar o PRTB para se filiar ao Republicanos.
Nesta quarta, após a confirmação, o Republicanos afirmou que “a chegada do general Hamilton Mourão representa uma honra para o partido e reforça o projeto de ampliação da força política do partido nas eleições de outubro”.
Mourão e Bolsonaro: relação conturbada
Durante todo o governo, Bolsonaro e Mourão tiveram uma relação que foi marcada por opiniões divergentes, sobretudo na questão da pandemia da Covid-19, quando o general afirmou ser a favor do distanciamento social e da vacina. Por conta disso, não foram raras as ocasiões em que o presidente criticou seu vice publicamente.
Em julho do ano passado, por exemplo, assim como publicou o Brasil123, Bolsonaro afirmou que Mourão “por vezes atrapalha”. Não suficiente, ele ainda comparou o seu vice a um cunhado, dizendo que, após casar, “você tem que aturar [o cunhado]”.
Com o caminho livre para escolher um novo reserva, Bolsonaro ainda não decidiu quem chamar. Segundo Andreia Sadi, Braga Netto, Ministro da Defesa, tem interesse na vaga. No entanto, aliados do presidente dizem que o melhor a se fazer é chamar Tereza Cristina, atual ministra da Agricultura e deputada licenciada, para a vaga deixada por Mourão.
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