O presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno das eleições, não deve participar da transição de governo com o chefe do Executivo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No domingo (30), Bolsonaro somou 49,10% dos votos e foi derrotado pelo petista, que conseguiu 50,90%.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, a missão de coordenar a tradicional transição de gestão deve ficar sob responsabilidade de Braga Netto (PL). Ele, que foi ministro da Defesa, participou das eleições deste ano como vice de Bolsonaro no lugar de Hamilton Mourão (Republicanos), que disputou e venceu a eleição como senador pelo Rio Grande do Sul.
Segundo o canal, a leitura entre os integrantes do time de Bolsonaro é que Braga Netto conhece bem a atual estrutura administrativa do governo. Isso acontece porque, além de ter sido o chefe da Justiça, o general também foi ministro da Casa Civil e coordenou o programa de governo.
Não suficiente, a avaliação é de que Braga Neto tem um bom trânsito interno entre as diferentes alas do governo e isso acabaria facilitando em todo o processo de levantamento dos dados que serão repassados à gestão de Lula, que assume no próximo dia primeiro de janeiro.
Bolsonaro ainda não se pronunciou
Mesmo após várias horas do anúncio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que havia sido derrotado, até o momento, Bolsonaro ainda não comentou sobre a eleição. Na realidade, a última aparição do chefe do Executivo aconteceu na manhã de domingo, quando ele estava votando.
Segundo a “CNN Brasil”, por conta dessa omissão em vir a público, ministros da chamada ala política iniciaram nesta segunda-feira (31) uma operação que tem como foco convencer Bolsonaro a reconhecer que Lula foi o vencedor das eleições.
A aposta interna é que o presidente reconheça sua derrota e, na ocasião, ainda defenda o legado construído ao logo dos quase quatro anos à frente da administração pública. De acordo com a “CNN Brasil”, o silêncio de Bolsonaro é o responsável pela também omissão de vários representantes do governo.
Até o momento, integrantes influentes da gestão Bolsonaro como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e das Comunicações, Fabio Faria, ainda não se pronunciaram sobre o resultado da eleição que sacramentou a volta de Lula ao Palácio do Planalto após 12 anos.
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