Para “embelezar a mesa”. Essa foi a justificativa de pelo menos três vereadores que votaram na também parlamentar Iasmin Roloff (PT), que foi eleita a segunda vice-presidente da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Canguçu, cidade localizada na Região Sul do Rio Grande do Sul.
De acordo com as informações, a sessão aconteceu na última quarta-feira (22), mas somente nesta terça-feira (28) a mulher se pronunciou sobre o fato. Em entrevista ao portal “G1”, ela confessa que ficou emocionalmente abalada com a eleição.
“Não foi um desrespeito à vereadora Iasmin, mas a todas as mulheres. Ainda estou digerindo, encontrando forças para seguir de cabeça erguida, mas me fez muito mal. Não posso me abalar, porque tem muita gente que confia no meu trabalho”, relatou a vereadora.
Hoje, além de ser a única mulher na Câmara de Canguçu, Iasmin também detém o título de parlamentar mais jovem da legislatura, com 24 anos, e a única eleita por um partido de esquerda, o PT.
Um fato que chamou a atenção foi que ela havia se colocado como candidata à presidência da casa pela oposição. No entanto, ela, em nenhum momento, se candidatou ao cargo para o qual foi eleita.
“Não é um concurso de beleza, estou ali para trabalhar pelo município”, desabafou ela, que agora se reunirá com a cúpula do seu partido para decidir se assumirá ou não o cargo em que foi eleita.
“Fui eleita porque tenho propostas e capacidade de exercê-las, não porque sou bonita. Esse tipo de justificativa acaba invisibilizando todo o meu trabalho”, disse a vereadora.
A eleição da vereadora
A eleição que teve a vereadora como vencedora marcou a última sessão do ano. Na ocasião, o presidente da Câmara, Francisco Vilela (PP), disse que estava votando na colega porque seu partido “vota em dama”. Em outro momento, o vereador Arion Braga (PP) disse que votaria em “Iasmin para embelezar essa mesa aí e dar um ‘tchan’ feminino, tem todo o nosso apoio”.
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