A vereadora Mônica Benício (Psol), viúva da parlamentar Marielle Franco (PSOL), morta em 2018, revelou ter ido à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRC), nesta sexta-feira (20), com o intuito de denunciar que tem sofrido uma série de ataques homofóbicos.
De acordo com ela, esses ataques estão sendo feitos durante suas falas em sessões no plenário da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Na delegacia, a parlamentar apresentou capturas de tela feitas do chat da transmissão pela internet da TV Câmara.
Em entrevista ao portal “G1”, a vereadora disse que espera que a Polícia Civil revele quem é a pessoa responsável pelo perfil para que ela possa responder pelas suas falas. “Apresentamos uma queixa-crime contra a LGBTfobia. As ofensas são a respeito da minha orientação sexual e isso eu não vou admitir, nem no espaço da câmara e nem em espaço algum”, afirmou Mônica.
Na denúncia, a vereadora revelou que os ataques foram feitos durante uma transmissão online da TV Câmara em ao menos duas sessões, nos dias 30 de julho e 5 de agosto.
No documento, ela revela pelo menos dez mensagens ofensivas de um perfil com o nome Rosiane N. Sol. “Toda vez que eu faço algum tipo de manifestação no plenário esse perfil se manifesta, através do chat da TV Câmara, utilizando a palavra sapatão, ou me chamando de vereador, em um contexto pejorativo”, completou Mônica.
Vereadora acredita que perfil esteja ligado a Carlos Bolsonaro
Mônica Benício ainda afirma que o perfil na internet usado para a atacar pode estar ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido). O suposto vínculo, explica a vereadora, acontece porque pesquisas na internet indicaram conexões entre Rosiane N. Sol e o vereador carioca.
“A minha equipe, que não tem técnica específica, de forma muito fácil, verificou interações com o perfil do vereador Carlos Bolsonaro. Essa é a relação que se tem. Queremos averiguar qual a identidade real desse perfil e responsabilizar a pessoa que está cometendo esse tipo de crime”, comentou Mônica Benício.
Ainda conforme ela, a internauta em questão pode ser, na realidade, um “robô”, isto é, um programa de computador direcionado para realizar essas ofensas contra a parlamentar.
“Não há nada mais antidemocrático do que isso. Na verdade, esses robôs são operados, geralmente, para fazer ataques e disseminação de política de ódio. Eles têm o intuito de difamar, causar calúnia e disseminar políticas de ódio. Isso é muito grave. É um ataque a democracia”, finalizou a parlamentar.
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