Nikolas Ferreira (PL), vereador de Belo Horizonte, Minas Gerais, virou alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) do estado, que apura uma publicação feita no canal do parlamentar no Youtube. Em seu perfil na plataforma, Nikolas Ferreira, que é apoiador assíduo do presidente Jair Bolsonaro (PL), publicou um vídeo mostrando o que seria de uma aluna trans utilizando o banheiro feminino de uma escola.
O pedido para que o Ministério Público investigasse a publicação foi feito pelo Coordenador da Aliança Nacional LGBTI em Minas Gerais, Gregory Rodrigues, e pelas vereadoras Bella Gonçalves (PSOL) e Iza Lourença (PSOL).
Em entrevista ao portal “UOL”, Gregory Rodrigues afirmou esperar por uma “punição exemplar” do vereador. De acordo com ele, “não podemos mais tolerar que discursos de ódio sejam confundidos com liberdade de expressão”.
“Nos acusam de tentar destruir as famílias, doutrinar e sexualizar crianças, quando os que nos acusam é que tentam impor sua ideologia à toda sociedade”, completou o parlamentar, que ainda acusou o vereador de ter exposto a vítima com a publicação do vídeo.
Na representação, além de dizer que a publicação expôs a adolescente, os parlamentares disseram que o vídeo é uma afronta ao seu direito do uso do banheiro, pois existem normas que permitem o uso dos banheiros conforme a identidade de gênero. Além disso, eles também argumentam que a atitude do vereador incita “posicionamentos contrários à garantia dos direitos da população transgênera”.
A solicitação da Aliança LGBTI e das vereadoras foi acatada por Allender Barreto Lima da Silva, promotor da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD), que acabou instaurando o procedimento de forma imediata.
O vídeo de Nikolas Ferreira
Na publicação postada no Youtube, Nikolas Ferreira se refere a adolescente, de aproximadamente 16 anos, como “menino”, mesmo com ela se identificando com o sexo feminino. Na ocasião, ele critica a escola por permitir que a aluna utilizasse o banheiro. Ainda no vídeo, ele diz que a estudante foi confrontada pela irmã dele, que é da mesma instituição de ensino.
“Tire seu filho desse colégio. Não preciso nem falar que dentro da sala de aula, com relação a matéria de história, ocorre doutrinação. Travesti no banheiro da escola da minha irmã”, afirmou Nikolas Ferreira no vídeo publicado em seu canal do Youtube.
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