A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Dia das Mães movimente R$ 14,42 bilhões em vendas do varejo. O faturamento representa uma queda de 1,8% na comparação com 2021, quando o volume atingiu R$ 14,68 bilhões.
Apesar da retração, a taxa ainda é bem superior aos números de 2020, quando o faturamento chegou a R$ 8,82 bilhões. De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o leve recuo em relação ao ano passado deverá acontecer devido à situação econômica do Brasil.
“A flexibilização dessas medidas e a retomada do fluxo de consumidores permitiram que, no ano passado, o varejo registrasse o maior volume de vendas em seis anos. Em 2022, a situação econômica do País deve afetar um pouco o fôlego das vendas, mas seguimos no caminho da retomada”, explicou Tadros.
A saber, as vendas do ramo de vestuário, calçados e acessórios deverão gerar um faturamento de R$ 6,69 bilhões. Isso corresponde a uma alta de 1,4% na comparação com 2021.
Em contrapartida, os segmentos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 2,33 bilhões) e móveis e eletrodomésticos (R$ 2,29 bilhões) deverão ter quedas expressivas, de 9,3% e 9,5%, respectivamente.
Todos os itens pesquisados deverão estar mais caros
Segundo o levantamento, a cesta de bens e serviços relacionados ao Dia das Mães deverá estar 10,6% mais cara que a do ano passado. Isso é resultado da elevação dos preços de todos os 26 itens analisados.
Em suma, os avanços mais expressivos tendem a vir de eletrodomésticos como refrigeradores (+27,8%) e fogões (+24,9%). A CNC ressalta que as vendas de itens de mobiliário geralmente são expressivas nesta data. Contudo, a expectativa é que haja queda na procura por estes itens devido à elevação do custo de crédito no país.
Em maio do ano passado, a taxa básica de juro da economia estava em 3,5% ao ano. No entanto, os juros saltaram para 11,75% em março deste ano, e as projeções indicam mais uma elevação da taxa ainda em maio, para 12,5%.
Este cenário fez a taxa média de juros das principais operações de crédito disparar de 98,5% ao ano para 145,9% ao ano, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). Por isso, a expectativa da CNC é que haja queda no volume das vendas do varejo neste ano.
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