Dados divulgados pela pesquisa de mercado IDC apontaram que as vendas globais de computadores caíram 29% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. É o quarto trimestre consecutivo de queda nas vendas. Ao todo, foram vendidas aproximadamente 56,9 milhões de computadores no primeiro trimestre, bem abaixo dos 80,2 milhões vendidos no ano passado.
Nesse sentido, entre as cinco principais empresas de computadoras analisadas pelo relatório, a Apple teve a maior queda nas vendas, foram 40,5% a menos que o ano passado. Em seguida, foi listada a Dell, com queda de 31%. Lenovo, HP e Asustek Computadores também tiveram queda no período, segundo dados publicados pela IDC.
“Os resultados preliminares também representaram um fim para a era da demanda impulsionada pela pandemia e pelo menos um retorno temporário aos padrões pré-covid. O volume no primeiro trimestre de 2023 foi visivelmente menor do que as 59,2 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre de 2019 e 60,6 milhões no primeiro trimestre de 2018”, afirmou a IDC em seu relatório. Ainda, de acordo com a IDC, “a pausa no crescimento e na demanda também está dando à cadeia de suprimentos algum espaço para fazer mudanças, já que muitas fábricas começam a explorar opções de produção fora da China“.
Entre os fatores que justificam a queda nas vendas, é possível afirmar que, como a maior parte dos consumidores possuem computadores novos e estes costumam durar de três a cinco anos em caso de notebooks e de três a oito em caso de desktops, os consumidores não precisarão trocar de computador tão cedo. Além disso, a crise econômica e demissões em massas afastam consumidores da aquisição de novos produtos.
IDC aponta perspectivas nas vendas de computadores
A empresa de pesquisa de mercado apontou que espera aumento nas vendas até 2024. “Esperamos um aumento significativo do mercado à medida que os consumidores procuram se atualizar, as escolas procuram substituir os Chromebooks desgastados e as empresas migram para o Windows 11”, afirmou Linn Huang, vice-presidente de pesquisa de dispositivos e monitores da IDC.
Embora espere aumento para o próximo ano, a verdade é que o ano de 2022 apresentou a maior queda da história em vendas de computadores desde que o IDC passou a acompanhar os dados em 1990 e os dados não apontam para melhoras. Inclusive, o mercado corporativo chegou a ajustar sua curva de oferta para se enquadrar a perspectiva de demanda, utilizando como estratégia a extensão do ciclo de vida de suas linhas de equipamentos.
A própria Intel, uma das maiores fabricantes de chips, já entendeu que uma melhora nas vendas de computadores não deve acontecer tão cedo, em linha com as perspectivas de outras empresas do mercado de computadores e eletrônicos, como a Advanced Micro Devices e Nvidia, conhecida pela fabricação de chips gráficos para computadores.
Durante a pandemia, o preço dos computadores e dispositivos eletrônicos subiram fortemente devido a dois fatores: a alta procura por dispositivos eletrônicos durante o período e o baixo fornecimento de chips. Com a normalização do fornecimento, os preços caíram, no entanto, as vendas ficaram enfraquecidas com a baixa demanda.