A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nesta sexta-feira (12) o seu levantamento sobre as vendas em supermercados no semestre. De acordo com os dados, o setor acumulou crescimento de 4,01% no volume de vendas em relação a mesmo período de 2020.
No entanto, o principal destaque do levantamento foi o resultado de junho. Em resumo, o Índice Nacional de Consumo Abras (INC Abras) nos lares teve queda de 0,68% em relação a junho do ano passado. A saber, esse foi o primeiro recuo do ano nessa comparação anual.
“Já percebemos essa pequena desaceleração no consumo. Isso mostra um ponto de atenção que devemos ter”, ressaltou o vice-presidente institucional e administrativo da Abras, Marcio Milan. Já em relação a maio, a queda das vendas foi ainda mais expressiva (-5,12%). Contudo, Milan pondera que maio teve mais dias e fim de semana do que junho.
O resultado expressivo em relação a 2020 é explicado por causa da pandemia da Covid-19, decretada em março do ano passado. Em suma, a crise sanitária afetou diversas atividades econômicas em todo o mundo. Com as medidas restritivas de circulação de pessoas, houve limitação de oferta de produtos e quantidade de clientes nos estabelecimentos, que acabaram encarecendo diversos itens e reduzindo as vendas.
Preços dos produtos também cresce, aponta Abras
Por falar nisso, a Abras também divulgou a Cesta Abrasmercado, que reúne 35 produtos que possuem grande consumo. Nesse caso, o preço dos itens cresceu 1,34% em relação a maio e disparou 22,1% em um ano. Assim, o valor chegou a R$ 662,17. Aliás, o semestre chegou ao fim registrando alta de 4,28%.
De acordo com a Abras, os produtos que tiveram os aumentos mais expressivos foram: açúcar (15,9%), carne dianteiro (13,2%), ovo (12,9%) e café (8,5%). Em contrapartida, os maiores recuos vieram de: pernil (-6,6%), arroz (-4,7%) e óleo de soja (-0,02%). Já em relação a junho de 2020, os destaques são óleo de soja (91,8%) e arroz (50,1%), que dispararam em um ano.
“Agora, com a questão climática, a gente já tem secas em algumas localidades e, em outras, frio e geadas muito fortes, que afetam principalmente as produções de processos mais curtos, como hortaliças… Esses fatores, conjugados, acabam elevando o preço desses produtos”, explicou Milan.
Atualmente, a Abras projeta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 5,2%, ante estimativa de 3,9% em janeiro. Entretanto, a associação não elevou a previsão de alta das vendas nos supermercados, que seguiu estável em 4,5%. “Isso porque observamos essa pequena desaceleração e queremos ver como se comporta nos próximos meses para, em setembro, fazer uma nova avaliação do crescimento”, ponderou Milan.
Por fim, os dados divulgados são atualizados pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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