As vendas do Tesouro Direto bateram recordes históricos em março. De acordo com informações divulgadas pelo Tesouro Nacional na última terça-feira (24), as vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 6,842 bilhões no mês de março. Dessa forma, esse foi o maior valor vendido desde o lançamento do Programa Tesouro Direto, que aconteceu em 2002!
Segundo esses números, o volume representa alta de 65,6% em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado. O valor, nesse caso, foi de R$ 4,132 bilhões. O recorde mensal anterior tinha sido registrado em maio de 2019, quando as vendas tinham atingido R$ 5,861 bilhões. Veja agora mais informações sobre esse assunto, e entenda como fazer como muitos brasileiros e começar a investir no Tesouro Direto! Confira!
Detalhes sobre o recorde de Vendas do Tesouro Direto
Dentro desse alto número de vendas, os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela Selic. Dessa forma, foram os títulos com juros básicos da economia, cuja participação nas vendas atingiu 63,1%. Da mesma maneira, os títulos vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 20,7% do total. Entretanto, os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, somaram 12,5%.
Esse crescente interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo alto nível da Taxa Selic. Em março de 2021, o Banco Central (BC) começou a elevar a Selic. Dessa forma, a taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano e está nesse nível desde agosto de 2022.
Além disso, destinados ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro RendA+, lançado no início do ano, respondeu por 3,7% das vendas. Esse é um título novo, muito parecido com o Tesouro IPCA+. Isso significa que ele tem um rendimento atrelado à inflação. Isso é o que garante a manutenção do poder de compra do dinheiro.
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Sobre o Tesouro Renda+
Dessa forma, esse é um rendimento de longo prazo, que foi pensado para quem deseja formar uma reserva desde já. Assim, é possível manter o mesmo padrão de vida durante o período da aposentadoria. Ele ficou disponível no dia 30 de janeiro de 2023. Ele possui objetivos similares aos planos de previdência privada. Dessa forma, ela funciona da seguinte maneira: A pessoa investe um pouquinho todo mês, e assim vai acumulando uma reserva para receber um benefício mensal no futuro durante a aposentadoria.
Atualmente, o Tesouro RendA+ conta com oito datas de vencimento. São elas: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. Além disso, ela tem seu rendimento atrelado ao IPCA. Sendo assim, é possível programar aportes mensais. Esses aportes podem, inclusive, serem realizados através de PIX. Depois que o prazo escolhido pelo cliente vencer, o valor que foi aplicado retorna para o investidor com acréscimo de juros, em 240 parcelas mensais pagas durante 20 anos.
Sendo assim, se você planeja se aposentar em 2040, por exemplo, pode investir mensalmente no Tesouro RendA+ até a data determinada. Então, a partir de 2040, vai começar a receber o valor investido com acréscimo de juros até o ano de 2060. Esses valores serão usados para complementar sua renda mensal nesse período!
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Perfil dos investidores
O número de investidores cresceu bastante em relação ao mês passado. Foram 368,6 mil novos participantes que se cadastraram no programa. Isso representa um acumulo alto de 32,6% nos últimos 12 meses. Assim, o total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.141.535, aumento de 12,67% em 12 meses.
Além disso, também é possível observar um aumento da utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores. O número de vendas de títulos de até 5 mil reais também cresceu, correspondendo a 76,7% do total de 489.507 operações de vendas ocorridas em março. Da mesma maneira, as aplicações de até R$ 1 mil representaram 53,5%. Entretanto, o valor médio por operação foi de R$ 9.782,67.
De uma forma geral, é perceptível que os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. Isso pois as vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 37,9% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, apenas 45,4% do total. Em contrapartida, os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 16,7% das vendas.
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Por que as Vendas do Tesouro Direto aumentaram?
Existem alguns motivos que podem ter levado ao aumento das vendas de títulos do Tesouro Direto. Por exemplo, os papéis vinculados aos juros básicos são vinculados ao alto nível da Taxa Selic. Dessa forma, a taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano e está nesse nível desde agosto de 2022.
Da mesma forma, a facilidade de acesso a esse investimento também se apresenta como uma razão para o aumento das vendas. O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. Assim, o aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos.
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que consiste na compra e venda de títulos públicos. Esse tipo de investimento fornece os ativos considerados os mais seguros do mercado financeiro. Isso acontece pois eles são emitidos pelo governo federal!
Além disso, uma outra vantagem é que os preços são muito acessíveis. Com apenas 30 reais, você já consegue fazer aplicações! Assim, existem três tipos diferentes de títulos públicos nos quais você pode investir. São eles:
Títulos do Tesouro Direto
- Prefixados: Títulos que possuem juros com taxa fixa. Dessa forma, você já sabe qual valor receberá e qual será o rendimento ao final do prazo.
- Tesouro Selic: Títulos que são atrelados à taxa Selic, e por isso possuem uma rentabilidade bem alta. São os títulos que apresentam os menores riscos.
- Tesouro IPCA: Títulos com rentabilidade alta atrelada à inflação. Seu rendimento se dá através da combinação da variação da inflação e de uma taxa pré-estabelecida.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.
Fonte: Agência Brasil