A crise hídrica que o Brasil vem enfrentando há meses provocou uma crise energética bastante preocupante. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) chegou a afirmar que o país não seria capaz de gerar energia elétrica suficiente para atender à demanda da população a partir de outubro. Mas a situação vem melhorando gradativamente com o tempo.
Inclusive, nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu eliminar as cobranças extras aos consumidores que estão inclusos na Tarifa Social. Isso porque as chuvas registradas em outubro e novembro elevaram os níveis dos reservatórios no Sudeste, que estavam em situação crítica.
Embora a crise energética tenha preocupado boa parte do país, houve setores que conseguiram aumentar seus faturamentos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as vendas do setor de máquinas e equipamentos cresceram com a crise energética, principalmente devido ao aumento da comercialização de geradores de energia eólica e termelétrica.
No entanto, com a melhora da crise hídrica e, consequentemente, da energética, o setor não conseguiu registrar crescimento em seu faturamento em outubro. Em resumo, as vendas da indústria de máquinas e equipamentos alcançou a marca de R$ 18,4 bilhões. Isso corresponde a uma queda de 2,2% em relação a outubro de 2020 e a um recuo de 6,4% na comparação com setembro deste ano.
Veja mais detalhes das vendas do setor em 2021
Segundo a Abimaq, as vendas do setor totalizaram R$ 182,1 bilhões entre janeiro e outubro deste ano. Nesse caso, o valor supera em 25,4% o montante registrado no mesmo período de 2020.
O presidente da Abimaq, José Velloso, explicou que o desempenho do setor entre 2015 e 2019 foi bastante ruim. Já em 2020, o faturamento das máquinas e equipamentos apresentou uma leve recuperação, mas ainda bem enfraquecida. Por isso, a expectativa para 2021 é que as vendas cresçam cerca de 20%.
O levantamento da Abimaq também revelou que as vendas para o mercado doméstico somaram R$ 13,9 bilhões, queda de 3,3% na base anual. “Pela primeira vez, após 15 meses consecutivos de crescimento, observou-se queda na comparação interanual [das vendas gerais (-2,2%)] em razão, exclusivamente, da relativa piora no mercado doméstico, que encolheu 3,3% no período”, disse a entidade.
Já ao exterior, as vendas totalizaram R$ 814,09 milhões em equipamentos, salto de 31,6% em 12 meses. Em contrapartida, as exportações recuaram 10,5% na comparação com setembro deste ano. No acumulado do ano, as vendas ao exterior totalizam R$ 7,4 bilhões, disparada de 31,1% em relação ao mesmo período de 2020.
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