Um levantamento da Serasa Experian revelou que as vendas do comércio brasileiro caíram 1,6% em janeiro deste ano, na comparação com dezembro de 2021. A saber, os dados se referem ao Indicador de Atividade do Comércio, divulgado nesta sexta-feira (11) pela Serasa.
De acordo com o economista da entidade, Luiz Rabi, o recuo das vendas ocorreu devido a dois principais fatores. O primeiro deles é a inflação elevada no país, que alcançou o maior nível para janeiro desde 2016. Ao mesmo tempo, a renda real dos trabalhadores continua caindo no país.
“Esse setor é muito sensível ao aumento de juros porque os consumidores geralmente compram no crediário. Também houve um grande crescimento durante a pandemia, quando as pessoas tiveram que adaptar os cômodos para o trabalho remoto. É natural haver uma queda agora”, disse Rabi.
Aliás, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou pela oitava vez consecutiva a taxa básica de juros do Brasil. Em suma, a taxa Selic passou de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano, maior patamar em quase cinco anos.
Vendas de material de construção despencam em janeiro
Segundo o levantamento, o setor de material de construção apresentou a maior retração em janeiro. No mês passado, as vendas desse segmento caíram 2,6% em relação a dezembro e puxaram o comércio para baixo.
Além disso, outros dois segmentos também tiveram queda em suas vendas em janeiro: móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informáticas (-0,1%) e veículos, motos e peças (-0,9%).
Por outro lado, as vendas dos três segmentos restantes subiram na comparação mensal: hipermercados, supermercados, alimentos e bebidas (1,4%), combustíveis e lubrificantes (0,3%) e tecidos, vestuário, calçados e acessórios (1,5%). Contudo, estes avanços não impediram o resultado negativo do comércio no mês passado.
“Janeiro foi o quarto mês seguido de retração anual do varejo. Não dá pra imaginar a recuperação desse setor antes do meio do ano”, disse Rabi.
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