As vendas de veículos automotores no país despencou quase 30% em janeiro deste ano, na comparação com o mês anterior. O principal fator que puxou os emplacamentos para baixo no período foi a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado em São Paulo. Isso porque o estado é o maior mercado do país, e seus níveis afetam diretamente o resultado nacional.
A saber, os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos chegaram a 171.153 unidades no primeiro mês de 2021. Isso representa uma queda de 11,5% na comparação com janeiro de 2020. Aliás, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou os dados nesta terça-feira (2). O levantamento se baseou em informações do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).
“Se considerarmos que São Paulo responde por mais de 23% das vendas de veículos novos e por cerca de 40% das transações de usados no país, podemos ter a dimensão dos estragos que as medidas adotadas pelo governador João Doria estão fazendo”, destacou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, em nota.
Em suma, o resultado negativo aconteceu devido às retrações registradas na maioria dos segmentos. Neste sentido, as quedas percentuais que mais influenciaram o saldo nacional foram as de automóveis (-32,8%) e de utilitários, picapes e vans (-16,7%). Também houve forte queda nos emplacamentos de caminhões (-24,7%) e ônibus (-14,6%).
Queda das vendas em São Paulo
De acordo com a Fenabrave, além da elevação do ICMS em São Paulo no final de 2020, a falta de componentes e a segunda onda da pandemia da Covid-19 também contribuíram para o resultado negativo. No caso do ICMS, o imposto subiu de 12% para 13,3% para novos veículos. Já para os usados, a taxa disparou de 1,8% para 5,52%. Já em relação à falta de componentes, a produção acaba sofrendo diretamente com esse problema.
Por fim, a Secretaria da Fazenda de São Paulo negou que a elevação do ICSM tenha provocado a queda nas vendas de veículos. Além disso, afirmou que a alíquota só entrou em vigor a partir do dia 15 de janeiro, “sendo impossível medir seus efeitos e falar em reflexos nas vendas de veículos em um período tão curto de tempo”.
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