Segundo dados do indicador Abrainc-Fipe, as vendas de imóveis registraram alta de 7,7% no acumulado de 12 meses no período que se encerro em janeiro deste ano. O indicador mostrou que, ao todo, foram comercializadas 152.720 unidades, sendo o estudo elaborado utilizando dados de 20 empresas do setor pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliários) e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ainda, de acordo com o indicador, o segmento de imóveis de médio e alto padrão apresentou uma alta de 59,1% nas vendas realizadas, com 46.885 vendas realizadas de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023. Por outro lado, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), relacionado às moradias populares, teve queda de 8,2%, registrando venda de 100.614 unidades no período. Do total de dados, somente em janeiro deste ano, foram negociados 9.336 imóveis, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Já os dados relacionados aos lançamentos de imóveis apontaram que houve retração de 22,6% na oferta de novos imóveis, sendo apresentadas 120.870 unidades. A maior queda está relacionada ao segmento de médio e alto padrão, com -37,6% de lançamentos, totalizando 39.805 novos lançamentos, bem como ao Minha Casa Minha Vida, que teve queda de -12.9%, com 80.109 lançamentos.
Para Luiz França, presidente da Abrainc, os resultados do levantamento apontaram que os setores de incorporação imobiliária estão crescendo, contudo, em velocidade abaixo do que a registrada em anos anteriores. Segundo ele, a velocidade menor foi imposta “por juros mais altos”.
Vendas de imóveis usados e locação tiveram alta pelo segundo mês em SP
Segundo uma pesquisa feita com 247 imobiliários pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Estado de São Paulo (CreciSP), houve aumento de 10,8% nas vendas e de 58,18% nas locações em fevereiro se comparadas ao mês de janeiro, quando as vendas tinham crescido 12,89% e as locações 21,35% se comparados em dezembro. É o segundo mês consecutivo de dados positivos no setor.
O levantamento apontou que os imóveis usados mais vendidos em janeiro foram registrados na capital paulista com preços de até R$800 mil, representando 65,17% do total de vendas. Em análise por preço de metro quadrado, 61,8% estão na categoria de até R$8 mil por m². Contudo, os preços médios das casas e apartamentos vendidos caíram, em média, 3,4% na comparação de fevereiro com janeiro.
Já em relação à locação de imóveis, 52,25% das casas e apartamentos foram alugados por até R$1500 mensais. Os preços apresentaram queda de 0,85% em relação ao mês de janeiro. O levantamento apontou que foram vendidos mais apartamentos (56,18%) do que casas (43,82%), e, além disso, foram alugadas mais casas (50,35%) do que apartamentos (49,65%).
Um outro dado observado é que 60,67% das vendas realizadas no período foram realizadas à vista (60,67%), 2,25% em parcelas pagas diretamente ao proprietário e 37,08% em vendas por meio de empréstimo de bancos públicos e privados. Para José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, o mercado “vive uma distorção”, dado que existe uma prevalência de outros métodos de venda sobre financiamentos bancários. “Com o crédito mais caro e mais difícil de conseguir, a saída para a maioria das famílias é o aluguel“, disse José Augusto, justificando o crescimento das locações no primeiro bimestre do ano.