A suspensão do empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ocorreu por parte de ao menos dez bancos no país. Com isso, o movimento que começou nesta quinta-feira (16), após a publicação de uma normativa da previdência social e do INSS ganhou a adesão de grande parte do setor financeiro.
Nesse sentido, as taxas que então caíram de 2,14% para 1,70% ao mês, no empréstimo pessoal, e de 3,06% para 2,62% ao mês, no cartão de crédito, acarretaram em forte crítica por parte dos bancos, anteriormente a febraban (Federação Brasileira de Bancos), já havia alertado o Ministério da Previdência e o INSS sobre a possível indisponibilidade de crédito por causa dos “altos custos de captação”.
Ao todo, 14,5 milhões de aposentados e pensionistas com um benefício médio de R$ 1.576,19 tomaram esse tipo de crédito, segundo a Febraban. Do total, 42% estão com o nome sujo. “Iniciativas como essas geram distorções relevantes nos preços de produtos financeiros, produzindo efeitos contrários ao que se deseja”, disse a instituição.
Aposentados querem juros menores
O Sindnapi, como representante dos aposentados, diz defender uma taxa próxima de 1,80%, contudo afirma que os bancos querem algo acima disso, próximo de 1,90%. Na reunião, as instituições bancárias chegaram a apresentar uma proposta girando em torno de 2,04%.
“Do outro lado, também dá para apertar. Os bancos dizem que não dá, mas dá. É só abaixar o ‘filé’ dos pastinhas [prestadores de serviço que oferecem o consignado do INSS]. Vamos diminuir, todos apertam um pouco o cinto e podemos abaixar para 1,80%, o que já seria um avanço bom”, diz.
uma das poucas instituições que mantém a concessão de crédito, assim como o Banrisul, a cooperativa do sindicato se manifestou através de um dos seus representantes. “Nós não suspendemos, continuamos e vamos continuar fazendo, porque não temos lucro, nossa margem é próxima de zero. Vamos refazer a porcentagem que pagávamos para os ‘pastinhas’, mas não vamos parar.”
Mas afinal, por que os bancos suspenderam a possibilidade do empréstimo Consignado?
Esse movimento de suspensão, foi um movimento conjunto dos bancos do país, que decidiram deixar de ofertar o empréstimo, após a decisão tomada pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) na segunda-feira (13).
Nesse sentido, a redução proposta pelo ministro Carlos Lupi, abriu espaço para queda nos juros, por tratar-se de um empréstimo de baixo risco. Dado que esse empréstimo é descontado diretamente da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. Dessa forma, dentre os bancos que deixaram de oferecer o consignado de forma temporária estão:
- Caixa Econômica Federal
- Banco do Brasil
- Itaú Unibanco
- Bradesco
- Mercantil (suspendeu apenas o empréstimo pessoal, o cartão consignado segue valendo)
- PAN
- Bem Promotora
- Daycoval
- PagBank (continua oferecendo pelo app)
- C6
Pressão para baixar Juros
Por outro lado, com a definição do novo arcabouço fiscal, a expectativa também será de que o Banco Central diminua a taxa Selic, que define as taxas de empréstimo e financiamento em todo o país. Nesse sentido, a taxa básica definida pelo Banco Central se arrefecida, pode implicar em maiores possibilidades de queda nas demais taxas praticadas pela economia como um todo, inclusive nos empréstimos e consignado.