Dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) divulgados nesta segunda-feira (21) mostram que, depois do reajuste de 16,3% da gasolina repassada às refinarias pela Petrobras, no último dia 16 de agosto, o valor médio do litro do combustível comercializado no país estava em R$ 6,05 no domingo (20), representando um aumento 6,14% em comparação ao dia 15 de agosto, isto é, a data anterior ao reajuste. O acréscimo médio foi de R$ 0,35 por litro.
Conforme informações publicadas pela Edenred Brasil, que administra a marca Ticket Log, todas as regiões brasileiras registraram alta de mais de 5% no preço da gasolina e apenas o Sudeste comercializou o litro com o valor abaixo de R$ 6. Ainda conforme a companhia, a Região Sul registrou o acréscimo mais expressivo, de 6,93%, onde o litro passou de R$ 5,63 no dia 15 de agosto para R$ 6,02 no dia 20.
Por outro lado, o preço médio mais alto do país foi identificado nos postos da Região Norte, a R$ 6,57. Em nota, a Edenred Brasil explica que o IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que consolida o comportamento de preços nos postos, com uma média de oito transações por segundo.
Combustível elevado encarecerá os alimentos
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelou em nota publicada nesta segunda que os aumentos anunciados pela Petrobras, 16,3% para a gasolina e 25,8% para o diesel, foram considerados “expressivos”. Segundo o vice-presidente da entidade, Márcio Milan, os aumentos devem se refletir nos preços dos alimentos.
Conforme ele, os aumentos serão vistos primeiro no preço dos produtos hortifrutigranjeiros, que são aqueles que os estoques duram de dois a três dias. Por outro lado, alimentos como carnes e laticínios, que costumam ter uma renovação de estoque mais espaçada, devem ter um aumento de preço no início de setembro. “Toda cadeia produtiva é impactada, com as altas de preços chegando até a mesa do consumidor”, afirmou o chefe da Abras.
Assim como publicou o Brasil123, antes do anúncio sobre o reajuste, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, estava sendo criticado pelo mercado porque estava segurando os preços dos combustíveis no mercado interno. Na avaliação de especialista, os preços que estavam sendo praticados, e até mesmo o atual, não refletem o custo do barril de petróleo no exterior – desde maio deste ano, a estatal abandonou o sistema pela qual os preços internos seguiam a oscilação do mercado internacional.
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