A cesta básica ficou mais cara no Brasil em 2021. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os preços da cesta subiram em todas as 17 capitais pesquisadas no ano passado.
A saber, a carne bovina de primeira variou entre 5,00% em Aracaju e 18,76% em Porto Alegre. Apesar de as exportações para a China terem ficado quatro meses suspensas devido a dois casos de vaca louca no Brasil, o país permaneceu como o principal comprador da proteína do país e impulsionou o resultado anual. Além disso, a alta dos insumos para o gado, como milho e soja, ajudaram a encarecer a proteína.
O açúcar também ficou mais caro em todas as capitais pesquisadas em 2021. Os avanços foram ainda mais intensos que os da carne bovina e variaram entre 32,12% em Fortaleza e 73,25% em Curitiba. No ano, o mercado doméstico sofre com a menor oferta do item por causa do clima seco e das geadas, além do aumento das exportações para o exterior.
Da mesma forma, o óleo de soja também teve alta em todas as capitais, com destaque para Vitória (12,08%), Campo Grande (11,68%), Florianópolis (9,52%) e Goiânia (8,94%). Em suma, os preços do item subiram principalmente devido ao crescimento da demanda tanto interna quanto externa.
O preço do café em pó encerrou 2021 mais caro em todas as capitais pesquisadas. A saber, as oscilações variaram entre 39,42% em São Paulo e 112,44% em Vitória. Preocupações com a redução da oferta devido à menor produção mundial e problemas com o clima impulsionaram os preços do café no ano passado.
Tomate e pão francês fecham ano em alta
O Dieese também revelou que o tomate, a manteiga e a farinha de trigo subiram em todas as capitais. No caso do tomate, o destaque foi Natal, onde o preço disparou 102,29% em 2021. Já a farinha de trigo subiu por causa dos baixos estoques de trigo e da desvalorização do real. E a manteiga subiu devido aos mesmos fatores que impulsionaram os preços da carne bovina.
Por sua vez, o pão francês teve alta em 16 capitais pesquisadas. As altas variaram entre 1,42% em Florianópolis e 14,14% em Curitiba. O preço caiu apenas em Natal (-2,83%). Em resumo, grande parte da farinha de trigo usada na produção do pão vem do exterior. Como o dólar teve firme valorização em 2021, os preços acabaram subindo. A energia elétrica mais cara também impulsionou os valores do pão.
Batata, arroz e feijão ficam mais baratos em 2021
Por outro lado, alguns itens fecharam 2021 em queda. A saber, o preço da batata caiu em todas as localidades pesquisadas no Centro-Sul do país. As taxas variaram entre -33,57% em Belo Horizonte e -13,36% em Brasília. No ano passado, houve crescimento da área plantada da batata, impulsionando a oferta e abastecendo o mercado interno sem aumento dos preços.
Já o arroz agulhinha ficou mais barato em 15 capitais. Os principais destaque foram São Paulo (-21,00%), Porto Alegre (-20,63%), Belo Horizonte (-19,92%) e Goiânia (-19,01%). Em resumo, o preço recuou devido a menor demanda interna, provocada pela perda de renda dos brasileiros, e ao aumento do frete internacional, que elevou os estoques em vários países, reduzindo o seu valor no exterior.
O feijão caiu em 13 capitais no ano passado. As quedas registradas pelo tipo carioquinha variaram entre -11,65% em Goiânia e -0,51% em Recife. As únicas altas vieram de Salvador (7,56%) e Campo Grande (3,22%).
Já o feijão preto, pesquisado na região Sul e no Rio de Janeiro e em Vitória, acumulou queda no Rio de Janeiro (-5,64%), em Florianópolis (-2,19%) e Curitiba (-2,06%). Em contrapartida, os preços subiram em Porto Alegre (5,87%) e Vitória (5,15%).
A saber, os preços do feijão se mantiveram em patamar elevado durante o ano. Por isso, mesmo com as quedas, a demanda interna ficou reduzida, também devido ao empobrecimento das famílias brasileiras.
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