A pandemia da Covid-19 impactou a economia de milhões de pessoas no mundo. A redução da renda e a perda de emprego fez muitos brasileiros mudarem os seus hábitos de consumo. Assim, as compras parceladas ganharam cada vez mais espaço, gerando um superendividamento para milhares de famílias no país.
De acordo com os dados mais recentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,6% das famílias do país estavam endividadas em fevereiro. Aliás, o endividamento das famílias cresceu 21% em 2021. Já o percentual de inadimplentes chegou a 27%, maior patamar desde março de 2010.
Uma das explicações para estes números expressivos é o aumento da utilização de cartões de crédito. Em suma, a inflação elevada no país fez os consumidores mudarem os seus hábitos de consumo. Anteriormente, os brasileiros costumavam parcelar as compras de bens duráveis, como eletrodomésticos.
No entanto, com a chegada da pandemia, muitos se viram obrigados a parcelar as compras de itens básicos de consumo. Por isso, diversas famílias começaram a utilizar o cartão de crédito para fazer a feira do mês. E a principal consequência desta nova realidade é o superendividamento.
Fuja de compras parceladas e evite o superendividamento
Diversos especialistas afirmam que as compras parceladas aumentam expressivamente as chances de um superendividamento. Em resumo, os juros dos cartões são muito altos em caso de atraso de pagamento ou mesmo quando o consumidor faz o pagamento mínimo.
Além disso, há muitos casos em que o valor disponibilizado pelos cartões de crédito supera a capacidade de pagamento das famílias. Assim, muita gente realiza as compras parceladas e isso acaba virando um hábito. No final do mês, muita gente se assusta com a fatura do cartão, pois não percebem que a soma de valores menores pode resultar em uma grande dívida no mês.
A melhor solução para os brasileiros é evitar parcelar suas compras. Na verdade, as empresas de cartões oferecem diversos benefícios e o consumidor acaba atraído por eles. No entanto, as consequências do uso compulsivo dos cartões pode gerar uma dor de cabeça enorme no futuro.
De acordo com especialistas, as famílias precisam fazer uma planilha de proventos e despesas. Em síntese, basta colocar no papel a renda familiar mensal e as despesas fixas. Após a subtração destes valores, a pessoa deve reservar um valor para casos de emergência. E, se sobrar algum dinheiro, pode usar para suas compras não essenciais.
O mais importante é ter noção da renda mensal que possui e do valor que pode gastar sem gerar uma super dívida. Ao mesmo tempo, o pagamento à vista também tem o poder de reduzir fortemente as chances de um superendividamento. Isso porque o consumidor só comprará aquilo que pode pagar no momento. Se não tiver condições de pagar, o melhor é esperar ter dinheiro para pagar à vista.
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