A inflação elevada é uma realidade para os brasileiros. Desde o ano passado que a taxa inflacionária acumulada em 12 meses está nos dois dígitos. Aliás, o patamar anual vem sendo superado mês após mês, e alcançou a marca de 12,13% em abril, taxa bem superior à meta central para a inflação em 2022, de 3,5%.
De acordo com o IBGE, a taxa inflacionária subiu 1,06% em abril, maior avanço para o mês desde 1996. Em resumo, isso aconteceu devido à variação dos preços de diversos produtos e serviços no país. E quem mais sofre com essa realidade são os brasileiros, que veem o seu poder de compra diminuir cada vez mais.
A saber, a inflação corresponde ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços. No Brasil, tudo parece estar mais caro. Inclusive, as pessoas sentem a pressão da inflação nos mais variados momentos do dia a dia. Veja abaixo como a taxa inflacionária afeta a vida da população:
1- Café da manhã
Em abril, os brasileiros não puderam dizer que tiveram um café da manhã tranquilo. Os preços de produtos consumidos na refeição subiram fortemente no período, pressionando ainda mais a inflação no país. Os principais avanços vieram dos seguintes itens:
- Leite longa vida: 10%
- Pão francês: 4,52%
- Café em pó: 2,5%
- Manteiga: 2,37%
Vale ressaltar que todos estes avanços superaram a taxa inflacionária geral no país, com destaque para o leite. A disparada no mês ocorreu devido à baixa captação nas bacias leiteiras e ao aumento dos custos de produção. Já o café, que teve uma variação mais tímida no mês, acumula uma forte alta de 67,53% nos últimos 12 meses encerrados em abril.
2- Meios de transporte
De acordo com o IBGE, a inflação dos combustíveis pressionou o grupo transportes em abril. Isso aconteceu devido aos fortes avanços registrados por gasolina (2,48%), óleo diesel (4,74%) e etanol (8,44%). Já o gás veicular teve uma alta bem menor no mês, de 0,24%.
Seja como for, estas variações afetaram diretamente o transporte utilizado pelas pessoas no mês, cujos preços das passagens tiveram as seguintes variações:
- Ônibus urbano: 0,42%;
- Ônibus intermunicipal: 0,28%;
- Metrô: 3,64%;
- Transporte por aplicativo: 4,09%;
- Táxi: 9,16%;
- Passagens aéreas: 9,48%.
Em 12 meses, o destaque ficou com o transporte por aplicativo, que disparou 67,18%. No entanto, nenhum item apresentou uma variação superior a das passagens aéreas no grupo transporte, de 89,19%.
3- Almoço
Após pagar mais caro para tomar café da manhã e utilizar algum meio de transporte para chegar ao trabalho, as pessoas se deparam com mais altas. Nesse caso, em relação ao almoço, com produtos importantes da refeição registrando fortes avanços em abril:
- Arroz: 2,22%;
- Carne bovina: 1,02%;
- Ovo: 2,19%;
- Frango: 2,39%;
- Óleo de soja: 8,24%;
- Tomate: 10,18%;
- Batata-inglesa: 18,28%.
Além destas variações mensais, vale destacar a inflação anual de alguns itens. A saber, o feijão preto acumulou queda de quase 7% em 12 meses, enquanto o feijão carioca ficou 7,1% mais caro no país. Já a carne bovina ficou 8,05% mais cara em um ano, enquanto o frango subiu 17,64% no período. O alface também acumula forte alta em 12 meses, de 45%.
Outros itens também ficam mais caros
Por fim, outros itens também ficaram mais caros em abril, pressionando o rendimento da população. Em suma, as pessoas tiveram que pagar mais caro pelos produtos abaixo, cuja inflação subiu mais que a taxa nacional:
- Eletrodomésticos e equipamentos: 2,25%;
- Alimentos para consumo no domicílio: 2,59%;
- Seguro voluntário de veículo: 3,31%;
- Gás botijão: 3,32%;
- Produtos farmacêuticos: 6,13%.
Em contrapartida, alguns itens tiveram variações negativas em abril e aliviaram um pouco o bolso do brasileiro. No entanto, estas quedas afetaram poucos itens, com destaque para energia elétrica (-6,27%) e plano de saúde (-0,69%).
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