Antigamente, muitos concordavam que os veículos eram um tipo de bem que se desvalorizava com o tempo. Na verdade, essa máxima se fundamentava na depreciação dos carros, algo comum devido ao uso dos veículos. Aliás, esse pensamento era contrário ao que acontecia com os imóveis, cuja tendência era ter mais valorização com o tempo.
No entanto, isso parece ter ficado para trás. De acordo com um levantamento realizado pelo marketplace de veículos Mobiauto, os seminovos estão, em média, 7,13% mais caros que época em que saíram da concessionária, há 12 meses. Em outras palavras, os veículos estão se valorizando com o tempo, valendo mais quando são seminovos em vez de zero km.
A saber, o estudo levou em consideração os 40 automóveis comerciais leves mais vendidos no Brasil. Inclusive, o valor se trata de uma média de preços. Além disso, vale destacar que os preços dos carros populares tiveram uma forte alta no último ano.
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Veja o que vem impulsionando os preços dos seminovos
Segundo a pesquisa da Mobiauto, o Fiat Mobi zero km, na média das suas várias versões, custava R$ 47.255 em 2021. Contudo, em 2022, esse mesmo carro, já seminovo, custa, em média, R$ 57.068. Em resumo, o veículo acumulou uma valorização de 20,77% no período, superando até mesmo a inflação do país.
“Essa é uma distorção que tem havido no mercado de seminovos. Com a falta de modelos básicos, já que o mix foi reorientado pra produzir carros de maior valor agregado em razão da falta de componentes, as montadoras reajustaram bem acima da inflação os preços de seus carros mais baratos”, explicoum, em nota, Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e presidente da Mobiauto.
“Isso foi uma estratégia para desincentivar a compra. Os aumentos dos novos acabaram puxando a cotação dos seminovos”, acrescentou.
Aliás, apenas três dos 40 modelos pesquisados tiveram desvalorização em um ano: Chevrolet Spin, Renault Sandero e VW Gol. “Em condições normais, o carro zero km deprecia de 15% a 20% após um ano de uso”, afirmou o presidente da Mobiauto.
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