Apesar da pandemia de Covid-19 e ameaças de terrorismo, a primeira visita papal ao Iraque deve começar na próxima sexta-feira (5). Durante a viagem, o papa Francisco se encontrará com comunidades cristãs sitiadas e um dos líderes muçulmanos mais influentes do mundo.
Para Francisco, de 84 anos, esta será a primeira viagem ao exterior em 15 meses, desde o início da crise sanitária. As novas restrições da Covid entraram em vigor no Iraque na semana passada, com toques de recolher durante a noite e um lockdown total de três dias nos fins de semana. De acordo com as autoridades locais, os casos registrados diariamente dobraram em menos de uma semana.
Todos os membros da comitiva papal serão vacinados contra o vírus antes da partida – Francisco recebeu as doses em janeiro. Além disso, o distanciamento social e o uso de máscaras serão uma exigência nos eventos.
O governo iraquiano prometeu alta segurança durante a visita de três dias do papa a seis cidades. Embora os bombardeios e outros ataques violentos tenham diminuído nos últimos anos, pelo menos 32 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas em um atentado suicida duplo em um mercado de Bagdá no mês passado.
Papa Francisco no Iraque
A 33ª visita do papa Francisco ao exterior nos oito anos à frente da Igreja Católica Romana começará em Bagdá com uma cerimônia no palácio presidencial e um encontro com o presidente Barham Salih e o primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi. O pontífice também se encontrará com bispos, padres e outras pessoas na catedral siro-católica de Nossa Senhora da Salvação, também na capital iraquiana.
No sábado (6), o papa irá ao sul do país, para a cidade sagrada de Najaf, onde encontrará o Aiatolá Ali al-Sistani, o influente clérigo muçulmano xiita de 90 anos. Conforme a imprensa internacional, Francisco construiu relacionamentos sólidos com os líderes muçulmanos nos últimos anos.
Para a pequena comunidade cristã do Iraque, o destaque da viagem será a visita do pontífice ao norte do país. Na região, milhares de cristãos foram mortos sob o governo do Estado Islâmico entre 2014 e 2017, e centenas de milhares tiveram que fugir de suas casas devido à violência e perseguição. Francisco visitará as cidades de Erbil, Mosul e Qaraqosh para encontrar pessoas que agora tentam reconstruir as comunidades e igrejas.
O papa Francisco voltará a Roma na próxima segunda-feira (8).