Dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que o volume de vendas do varejo chegou, no mês de fevereiro, ao patamar de 3% acima do nível de fevereiro de 2020, pouco antes de ter sido decretada a pandemia da covid-19. Já no varejo ampliado, que inclui os dados relacionados a veículos e material da construção civil, as vendas estão 0,9% acima do mesmo período. As informações foram divulgadas através da Pesquisa Mensal do Comércio.
Ao analisar os dados por segmentos, apenas os artigos farmacêuticos, combustíveis, supermercados e material de construção estão apresentando resultados acima do patamar pré-pandemia. Já os segmentos de veículos, móveis e eletrodomésticos, vestuário, equipamentos de informática e comunicação, livros e papelaria e outros artigos de uso pessoal e doméstico operam em patamar abaixo ao momento anterior da crise sanitária.
Tomando como base fevereiro de 2022, o volume de vendas no varejo apresentou alta de 1% e é o sétimo resultado positivo em sequência. Já nos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,3%. De acordo com a agência Reuters, a expectativa era que fosse apresentada uma queda de 0,2% na comparação com o mês de janeiro e no acumulado do ano, alta de 0,9%. Sendo assim, o resultado apresentado foi um pouco melhor que o esperado.
Resultado do varejo aumenta sinais de diminuição no ritmo econômico
Como foi dito anteriormente, a atividade do varejo em fevereiro caiu 0,1% se comparado ao mês de janeiro. Nesse sentido, 6 das 8 atividades varejistas analisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram queda no mês. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram queda de 0,7%, tecidos, vestuário e calçados teve queda de 6,3% e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação teve queda de 10,4%. É importante considerar que a alta inflação persiste atingindo os resultados do varejo ao longo dos meses, o que também foi uma verdade para o mês de fevereiro.
“São duas atividades de alta volatilidade, que estão variando muito nos últimos meses. Um fator que ajuda a explicar esse cenário é que janeiro foi um mês de muitas promoções, como estratégia de grandes empresas desses setores, após novembro, com a Black Friday, e dezembro, com o Natal, terem sido meses de baixa. Promoções que não seguiram para fevereiro”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.
Apenas os grupos de artigos farmacêuticos, médicos ortopédicos e de perfumaria (1,4% de alta) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%) apresentaram resultados positivos no varejo para o mês de fevereiro. “A alta observada no grupo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria se deve, principalmente, pela parte de artigos farmacêuticos, pois fevereiro é um mês que parte dos medicamentos são liberados para um aumento regular e isso se refletiu no volume desse mês. Já a alta em livros, jornais, revistas e papelaria pode ser explicada principalmente pelos artigos relacionados ao material pedagógico. Vale ressaltar que, em uma perspectiva mais a longo prazo, essa atividade vem perdendo força por estar muito ligada ao livro físico, ao jornal físico, à parte física da papelaria”, afirmou Cristiano Santos.