A cesta básica do Brasil ficou mais cara em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em janeiro deste ano. Os maiores avanços ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
O único recuo no mês veio de Porto Alegre, onde o valor da cesta caiu 1,45%. A saber, o Dieese divulgou as informações nesta segunda-feira (7).
A cesta de São Paulo continuou como a mais cara do país, custando R$ 713,86, alta de 3,38% em relação a dezembro. A propósito, essa foi a única cesta cujo valor superou os R$ 700. Em seguida, ficaram as cestas de Florianópolis (R$ 695,59), alta de 0,87%, e do Rio Janeiro (R$ 692,83), disparada de 3,99%.
Na ponta de baixo da tabela, a cesta mais barata do país foi novamente a de Aracaju (R$ 507,82). Vale destacar que essa foi a cesta com o maior avanço de preço em janeiro (+6,23%). Outros quatro estados também tiveram cestas com preços mais acessíveis em dezembro: João Pessoa (R$ 538,65), Salvador (R$ 540,01), Recife (543,10), Natal (R$ 551,06) e Belém (R$ 563,97).
Cesta compromete mais da metade do salário mínimo
De acordo com o levantamento, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
A saber, a pesquisa estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de São Paulo, mais cara do país em janeiro. Nesse caso, o salário mínimo deveria valer R$ 5.997,14. Isso corresponde a 4,95 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 1.212,00.
A pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, aquele que possui descontos referentes à Previdência Social. Atualmente, a taxa é de 7,5%, e está nesse nível desde março de 2020 devido à Reforma da Previdência.
Assim, o levantamento revelou que o trabalhador compromete 55,20% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual havia encerrado dezembro em 58,91% do salário. Esse recuo entre 2021 e 2022 só ocorreu devido ao aumento do salário mínimo no país.
O Dieese também revelou que o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 112 horas e 20 minutos em janeiro.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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