O valor da cesta básica ficou mais caro em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em julho. Enquanto isso, apenas duas capitais registraram queda no valor de suas cestas básicas: João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%).
A saber, a capital com o maior avanço no mês foi Campo Grande (3,89%), seguida por Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). A propósito, mesmo registrando um dos maiores aumentos em julho, Salvador continuou como a cesta mais barata do país, custando R$ 482,58. Também tiveram preços mais acessíveis: Recife (R$ 487,60), Aracaju (R$ 488,42) e João Pessoa (R$ 492,30).
Por outro lado, a cesta mais cara do Brasil foi a de Porto Alegre (R$ 656,92), que ultrapassou Florianópolis (R$ 652,43) e voltou a liderar o ranking das cestas mais caras do país. São Paulo completou o top três dos preços mais salgados, com a sua cesta custando R$ 640,51.
Além disso, a pesquisa estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de Florianópolis, mais cara do país em junho. Nesse caso, o salário mínimo deveria valer R$ 5.518,79. Isso corresponde a 5,02 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 1.100,00.
De acordo com o levantamento, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo considera uma família composta por dois adultos e duas crianças. Em junho, o valor estimado chegou a R$ 5.421,84, o que correspondia a 4,93 vezes o mínimo vigente.
Trabalhador continua comprometendo mais da metade do salário
Ainda segundo a pesquisa, o Dieese comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, aquele que possui descontos referentes à Previdência Social. Atualmente, a taxa é de 7,5%, e está nesse nível desde março do ano passado, devido à Reforma da Previdência.
Dessa forma, o resultado mostra que o trabalhador compromete 55,68% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com junho, o valor subiu, já que o percentual ficou em 54,79% do salário comprometido.
O levantamento também apontou que o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 113 horas e 19 minutos em julho. Esse valor também ficou maior que o do mês anterior, visto que, em junho, estava em 111 horas e 30 minutos.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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