O valor da cesta básica ficou mais caro em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em agosto. Apenas quatro capitais registraram queda no valor de suas cestas básicas: Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).
A saber, a capital com o maior avanço no mês foi novamente Campo Grande (3,48%), seguida por Belo Horizonte (2,45%), Brasília (2,10%) e Rio de Janeiro (2,07%). Apesar destes avanços, a cesta mais cara do Brasil foi mais uma vez a de Porto Alegre (R$ 664,67), seguida de perto por Florianópolis (R$ 659,00). São Paulo completou o top três dos preços mais salgados, com a cesta custando R$ 650,50.
Em contrapartida, a cesta mais barata foi a de Aracaju (R$ 456,40) graças à forte queda no mês. Outros três estados também tiveram cestas com preços mais acessíveis em agosto: Salvador (R$ 485,44), João Pessoa (R$ 490,93) e Recife (R$ 491,46), únicas com valores menores que R$ 500.
Trabalhador continua comprometendo mais da metade do salário
Além disso, a pesquisa estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de Porto Alegre, mais cara do país em julho. Nesse caso, o salário mínimo deveria valer R$ 5.583,90. Isso corresponde a 5,08 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 1.100,00.
De acordo com o levantamento, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo considera uma família composta por dois adultos e duas crianças. Em julho, o valor estimado chegou a R$ 5.518,79, o que correspondia a 5,02 vezes o mínimo vigente.
Ainda segundo a pesquisa, o Dieese comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, aquele que possui descontos referentes à Previdência Social. Atualmente, a taxa é de 7,5%, e está nesse nível desde março do ano passado, devido à Reforma da Previdência.
Dessa forma, o resultado mostra que o trabalhador compromete 55,93% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com julho, o valor subiu, já que o percentual ficou em 55,68% do salário comprometido. Aliás, em Porto Alegre, a cesta básica compromete 65,32% do salário mínimo e indica as dificuldades que as famílias mais pobres do país continuam sofrendo.
O levantamento também apontou que o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 113 horas e 49 minutos em agosto. Esse valor também ficou maior que o do mês anterior, visto que, em julho, estava em 113 horas e 19 minutos.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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