Não foi dessa vez que a Johnson & Johnson conseguiu avançar com o desenvolvimento da vacina contra o HIV.
Após o ensaio clínico envolvendo mulheres jovens em cinco países da África Subsaariana, o laboratório informou que o imunizante não fornece a proteção adequada contra o vírus.
Ainda de acordo com a Johnson & Johnson, a eficácia de proteção da vacina durante os testes foi de apenas 25%, entretanto, ela não provocou nenhum efeito colateral grave entre as voluntárias.
O estudo da vacina contra HIV vem sendo realizado pelo laboratório dede 2017. Mais de 2.600 mulheres com entre 18 e 35 anos participaram dos testes.
Apesar do fracasso da vacina, segundo os pesquisadores, o estudo forneceu descobertas científicas importantes na busca contínua por uma vacina para prevenir o HIV e o laboratório seguirá com outra pesquisa paralela na América e Europa.
Vacina contra o HIV
A vacina usada nos testes em países africanos, região que representa 63% das novas infecções pelo vírus só em 2020, possui a mesma tecnologia do imunizante elaborado pelo laboratório contra a Covid-19.
Esta tecnologia é denominada como “vetor viral”, já que um adenovírus, um tipo de vírus comum acaba sendo modificado para se tornar inofensivo e transportar informações genéticas que permitem ao corpo lutar contra o vírus-alvo.
Já outro laboratório, o Moderna dos Estados Unidos da América (EUA) iniciará neste mês novos testes com suas duas vacinas contra o HIV. Diferente da Johnson & Johnson, nestas vacinas será utilizada a tecnologia de RNA mensageiro.
A vacina com RNA mensageiro carrega uma parte do material genético do vírus HIV ao organismo, a fim de desencadear uma reação no sistema imunológico criando uma defesa.
A camisinha ainda é o único meio de prevenção!
Enquanto as vacinas contra o HIV não chegam, o único meio de garantir a prevenção contra o vírus é a através do uso de preservativos, sejam eles masculinos como femininos.
A camisinha, além de prática e extremamente acessível, já que é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também protege contra outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e da gravidez indesejada.
Mais sobre o HIV
Estima-se que 38 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas pelo vírus HIV.
Apesar de toda conscientização sobre a importância do uso de camisinha para prevenir esta e outras IST, os casos de HIV só vêm aumentando.
De acordo com a Unaids, agência da ONU, o Brasil apresentou um crescimento de 21% no número de novos casos de HIV entre 2010 e 2018.
Além do HIV, os casos de AIDS também tiveram um aumento, inclusive só em 2019 foram registrados 37.308 diagnósticos da doença.
Lembrando que a pessoa infectada pelo HIV deve iniciar o tratamento rapidamente, a fim de que o vírus não evolua para a AIDS.
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