O governo do Paraná anunciou nesta terça-feira (25) uma notícia que, além de impactar na questão sanitária, deve também ter influência na economia do estado: a decretação estado de emergência zoosanitária pelo prazo de 180 dias após casos de influenza aviária em aves silvestres em seu território, conforme informou em um comunicado em seu site.
De acordo com a gestão estadual, a medida vai ao encontro das recomendações recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Para agilizar o atendimento nos casos notificados de suspeita de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) e ter acesso facilitado a recursos no combate à doença, o Governo do Paraná vai decretar nesta terça-feira (25) estado de emergência zoosanitária no estado pelo prazo de 180 dias”, afirma o comunicado.
Ainda segundo o governo do Paraná, essa medida contou com a aprovação do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) e é uma forma de alinhar as ações com o Mapa que, desde maio, tem adotado essa providência e agora orientou para que decretos semelhantes fossem assinados pelos estados com vistas ao trabalho conjunto entre as 27 unidades da Federação e o Distrito Federal.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Norberto Ortigara, que é secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento e também presidente do Conesa, ressaltou que “é importante deixar claro que essa é uma medida protetiva”. “Com esse decreto podemos agir de maneira muito mais rápida, livrando-nos de algumas barreiras burocráticas caso se detecte a gripe aviária”, afirmou ele.
Até esta terça, o Paraná detectou sete casos da doença apenas em aves silvestres migratórias, o que, de acordo com informações da gestão estadual, está dentro do esperado, pois existe uma migração natural de pássaros entre os continentes em busca de alimentação e para reprodução. Até o momento, Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins também já adotaram decreto semelhante.
Santa Catarina, por exemplo, além de ter decretado o estado de emergência, recebeu a notícia que o Japão suspendeu a exportação de carnes advindas de aves do estado. Conforme as recomendações, é preciso comunicar as autoridades responsáveis, imediatamente, em casos de aves de qualquer espécie que apresentem sinais clínicos como:
- Dificuldades para respirar;
- Andar cambaleante;
- Torcicolo ou girando em seu próprio eixo;
- Ou mortalidade alta e súbita.
Segundo o Mapa, “aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas”. Além disso, a pasta relata que não existem “evidências de que o consumo de carne de aves ou de ovos ofereça risco à saúde humana”. O H5N1 é menos comum em mamíferos e em humanos.
Esse vírus foi identificado em aves em 1878, na Itália, sendo isolado por cientistas somente 1996. Conforme as informações de órgãos de saúde, os vírus Influenza devem ser divididos entre os de Baixa Patogenicidade (LPAI, leve) e os de Alta Patogenicidade (HPAI, grave):
- Os de Baixa Patogenicidade atingem as aves de forma mais branda e, muitas vezes, de forma assintomática. A taxa de mortalidade das aves, neste caso, é baixa;
- Por outro lado, os de Alta Patogenicidade se manifestam de forma mais grave, são disseminados rapidamente entre as aves e tem um alto índice de mortalidade entre os animais.
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