Dados revelados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que uma a cada quatro representações enviadas à Justiça Eleitoral dizem respeito a notícias falsas, as chamadas fake news. De acordo com a corte, neste ano, foram 372 ações registradas na Justiça eleitoral, com 85 delas, ou seja 26%, tratando sobre o tema.
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No documento revelado pelo TSE não é possível ver o autor da fake news, a que político ela é ligada e nem o autor do processo. Sendo assim, somente é possível identificar o número da ação, a data na qual ela foi feita, quem é o ministro relator e um resumo da representação.
Nesta quinta-feira (13), durante uma sessão do TSE, Alexandre de Moraes, presidente da Corte, destacou que as eleições deste ano vem sendo marcada por duas novas modalidades de desinformação.
A primeira delas, relata o ministro, “é a manipulação de algumas premissas verdadeiras, que junta várias informações verdadeiras que aconteceram chegando a uma conclusão falsa”. “A segunda delas é a utilização de mídias tradicionais para se ‘plantar’ fake news e, a partir disso, as campanhas replicam essas fake news, dizendo que ‘isso é uma notícia'”, relata.
Para Alexandre de Moraes, essas novas formas de fake news precisam ser combatidas. Segundo ele, a Justiça Eleitoral não pode admitir que a mídia tradicional seja utilizada para permitir que notícias falsas sejam replicadas. “Essa desinformação deve ser combatidas para garantir a informação de verdade”, disse o presidente do TSE.
Conforme o levantamento do TSE, além das notícias falsas, outra representação constante é sobre queixas ligadas a propaganda antecipada. Ao todo, foram 79. Depois, com 72 casos, aparecem conteúdos das propagandas políticas, como uso de montagem, computação gráfica e efeito especial.
Dentro os casos de propagandas políticas estão, por exemplo, o uso de outdoors para campanha. A prática, que é proibida por lei, seja ela feita de forma oficial pela campanha, seja por apoiadores de determinados candidatos, foi denunciada 25 vezes desde o começo deste ano.
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