A Uber informou nesta quinta-feira (06/01) que deixará de realizar entregas através dos restaurantes inscritos no Uber Eats no Brasil a partir de 7 de março. A medida faz parte da estratégia de reposicionamento global da Uber, que busca fechar negócios não lucrativos.
“A partir de agora, a empresa vai trabalhar em duas frentes: com a Cornershop by Uber, para serviços de intermediação para entrega de compras em supermercados, atacadistas e lojas especializadas; e entrega de embalagens com Uber Flash”, afirmou a empresa em nota.
Além disso, a empresa acrescentou que expandirá o Uber Direct, permitindo às lojas realizar entregas no mesmo dia para seus clientes. “Essa modalidade cresceu quase 15 vezes no número de viagens’”, afirmou a Uber.
Mercado brasileiro
De acordo com dados da Measurable AI, a Uber ocupa o segundo lugar em serviços de entrega de restaurantes no Brasil, com uma participação de mercado de apenas 10%, com o iFood liderando com 80% de participação de mercado no segundo trimestre de 2021.
A empresa de dados informou que, de março a julho de 2020, a participação do Uber Eats foi de 25%, e depois caiu drasticamente. Além disso, em maio de 2020, a empresa anunciou a retirada de seu serviço Uber Eats de oito mercados menores, incluindo Ucrânia, República Tcheca, Romênia, Egito, Arábia Saudita, Honduras e Uruguai.
Apesar disso, em seu comunicado, a empresa não forneceu um motivo para o fechamento do Uber Eats Brasil. No entanto, o mercado supõe que um dos grandes motivos seja as dificuldades para competir com o iFood, que detém mais de dois terços do mercado. Importante destacar que a mudança da Uber ocorre em meio à intensa concorrência no espaço de entrega de alimentos no Brasil, com outros fornecedores, incluindo Rappi, apoiado pelo SoftBank e o iFood, parte da Movile, apoiado pelo Prosus.
Tanto a Movile quanto a Rappi são consideradas IPOs, e ambas levantaram milhões no ano passado para financiar operações na América Latina.
Uber: Relatório financeiro
Apesar disso, no relatório financeiro do terceiro trimestre de 2021, a Uber anunciou seu lucro no primeiro trimestre como uma empresa listada, reportando receita de US $4,8 bilhões, um aumento de 28% sobre o trimestre e um aumento anual de 72%.
No entanto, apesar do Uber Eats se tornar a maior fonte de receita da empresa, seu negócio de distribuição global ainda sofreu perdas neste trimestre. O volume total de reservas gerado por esta entrega é de cerca de US $3 bilhões a mais do que seu negócio de viagens, mas o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização é de US $12 milhões.
De acordo com o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, no balanço do terceiro trimestre houve um impulso no negócio de entrega global, com as reservas subindo 8% entre setembro e outubro de 2021, mesmo com a abertura de mais negócios realizados pela empresa.
“Hoje, estamos focados em abordar alimentos, conveniência e álcool através de nosso mercado, reforçado pela adição de Cornershop e, mais recentemente, Drizly, por meio da plataforma Uber”, disse Khosrowshahi. “Além disso, com o Uber Direct, estamos trabalhando com varejistas para atender a demandar seus próprios canais em um produto de marca branca que usa nossa tecnologia de entrega.”