O Twitter decidiu, neste sábado (9), “suspender permanentemente”, ou seja, retirar de vez, a conta pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em um curto comunicado para motivar sua decisão, o Twitter explicou que violou mais duas vezes as regras da rede social, que impedem o incentivo à violência.
De acordo com a empresa, Trump “os dois tweets em questão devem ser lidos no contexto mais amplo dos acontecimentos recentes no país, em que as declarações do presidente podem ser interpretadas de formas diferentes, inclusive incitamento à violência”, diz o comunicado.
O Twitter é a primeira grande rede social a remover a conta de Trump. No Instagram e no Facebook, o presidente americano está suspenso pelo menos até a posse de Joe Biden, em 20 de janeiro.
Em um comunicado à imprensa divulgado logo após a decisão do Twitter, Trump disse que o Twitter é uma “plataforma de extrema esquerda” que está tentando “censurá-lo”. O líder americano acrescentou que está avaliando a possibilidade de criar “nossa própria plataforma”.
Conforme a imprensa internacional, nas últimas semanas, apoiadores de Trump têm mudado de redes sociais mais tradicionais para a Parler. A rede social promete regras de moderação muito mais flexíveis do que Twitter e Facebook.
O palanque de Trump no Twitter
Antes de ser removida, a conta pessoal de Trump tinha cerca de 88 milhões de seguidores e era a principal ferramenta com a qual o presidente se comunicava tanto com o público quanto com seus eleitores mais leais. Trump usava o Twitter principalmente para espalhar mentiras, notícias falsas, insultos contra seus oponentes políticos e minorias étnicas. O Twitter começou a relatar seus tweets contendo informações falsas já em maio, meses antes da eleição.
No momento, até mesmo as dezenas de milhares de tweets que ele postou no passado não estão acessíveis. À sua disposição, por mais alguns dias, Trump tem as contas institucionais da Casa Branca, @POTUS (sigla para Presidente dos Estados Unidos) e @WhiteHouse.
Na última quarta-feira (6), assim como Twitter, Facebook, YouTube e Instagram agiram enquanto centenas de apoiadores de Trump invadiam o Congresso. As maiores e mais conhecidas redes sociais do mundo tomaram decisões sem precedentes para tentar reduzir o nível de confronto. Vários vídeos da violência foram removidos e as contas de Trump bloqueadas.