O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a estatal responde pela menor parcela dos aumentos dos preços dos combustíveis no Brasil. A saber, a declaração ocorreu após falas do presidente Jair Bolsonaro, também nesta segunda (27), sobre esses aumentos dos preços.
“Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos? O dólar R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte. É uma realidade. E tem um ditado que diz: ‘Nada não está tão ruim que não possa piorar’. Nós não queremos isso”, disse Bolsonaro em discurso durante solenidade no Palácio do Planalto.
No entanto, o presidente da Petrobras afirmou que a estatal só é responsável por R$ 2 na composição de preços da gasolina. Em coletiva, a empresa ressaltou através de um vídeo que “tudo o que excede R$ 2 não é responsabilidade da Petrobras”.
“Entendemos que isso [aumento de preços] está com o governo, Ministério de Minas e Energia, [Ministério da] Economia e com a Casa Civil”, disse Silva e Luna. Ele também afirmou que a Petrobras se responsabiliza pela produção e pelo refino do combustível. Após isso, a estatal “não se manifesta mais”, afirmou.
Em resumo, o presidente da Petrobras explicou que a estatal responde por 34% do preço da gasolina na bomba, o que corresponde a R$ 2 por litro. De acordo com ele, os 66% restantes são divididos da seguinte forma: imposto estadual – ICMS (27,5% ou R$ 1,67 por litro), tributos federais – CIDE, PIS e Cofins (11,3% ou R$ 0,69/l), distribuição e revenda (10,8% ou R$ 0,66/l) e custo da mistura do etanol anidro (16,9% ou R$ 1,03/l).
Preço do barril de petróleo é mais uma questão geopolítica, diz Luna
Ainda segundo Silva e Luna, a variação do preço do barril de petróleo configura mais uma questão geopolítica do que, necessariamente, de mercado. “Não há nenhuma mudança na política de preços da Petrobras. Continuamos trabalhando da mesma forma como sempre trabalhamos”, garantiu.
Por sua vez, o diretor de comercialização e logística da Petrobras, Claudio Mastella, explicou que o mercado internacional está tendo uma forte procura por combustíveis. Contudo, a oferta continua reduzida, o que pressiona os reajustes. Aliás, ele ressaltou que a estatal continua observando o mercado para um possível reajuste.
“Temos tomado muito cuidado para não repassar essa volatilidade para o mercado interno. Temos a perspectiva para o aumento na demanda e, em função disso, estamos olhando com mais cuidado para a possibilidade de reajuste, sim”, disse Mastella.
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