A plataforma do empresário Jason Miller, ex-assessor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, não poderá mais fazer pagamentos a contas e canais bolsonaristas, determinou, nesta terça-feira (07), o ministro Luis Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Chamada GETTR, a plataforma criada pelo ex-assessor de Trump, que assim como publicou o Brasil123, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça (07), dentro do inquérito que apura a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia, é semelhante ao Twitter.
Miller esteve no Brasil participando da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac). Além disso, ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília.
Suspensão dos pagamentos
De acordo com informações divulgadas pela “TV Globo”, a suspensão foi um pedido da Polícia Federal, que investiga os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Ainda segundo a emissora carioca, a rede social GETTR tem sido utilizada por apoiadores de Bolsonaro depois que o próprio ministro suspendeu os repasses de dinheiro das redes sociais para canais de internet investigados por fake news sobre eleições.
Sendo assim, na prática, a decisão desta terça (07) do ministro serve para estender à GETTR a determinação de bloqueio de repasses de investigados em outras plataformas. Com isso, 24 perfis foram atingidos.
Além da decisão pela suspensão, Salomão também ordenou que a plataforma suspenda a realização de lives e que, em 20 dias, informe detalhadamente os ganhos que os perfis tiveram.
Rede social em expansão
De acordo com a delegada da PF, Denisse Ribeiro, a rede social de Miller tem tentado se expandir no Brasil. Ainda conforme ela, os canais bolsonaristas tentam replicar uma estratégia de comunicação utilizada nas eleições de 2016 nos EUA.
“Essa engenharia consiste no uso de múltiplos canais da rede mundial de computadores — especialmente as redes sociais — e na contestação de ideias antagônicas por meio da desqualificação do adversário”, informou a delegada.
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