Paulo de Tarso Sanseverino, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou neste domingo (09) a suspensão de uma propaganda da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que neste ano tenta voltar ao Planalto, que associa seu adversário político, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que também postula ao Executivo, à prática de canibalismo.
A decisão do ministro do TSE foi ao encontro do que pediram advogados da campanha de Bolsonaro, que solicitaram a remoção da propaganda que tinha como intuito mostrar uma frase polêmica dita por ele em 2016. Na ocasião, o chefe do Executivo, em entrevista ao jornal americano “The New York Times”, disse que “comeria um índio sem problema nenhum”.
Na campanha de Lula, aparecem trechos da entrevista e Bolsonaro dizendo que comeria “comeria um índio sem problema nenhum”. Ao analisar a veiculação, Paulo de Tarso Sanseverino considerou que a propaganda tem uma grave descontextualização e, por isso, ela deve ser imediatamente suspensa tanto na televisão, quanto no site do petista e nas redes sociais.
Além disso, Paulo Tarso Sanseverino também determinou que o Partido dos Trabalhadores (PT) não faça “novas divulgações com igual teor, com a advertência da possibilidade de configuração de crime de desobediência”. Por fim, o ministro escreveu que a forma com que as falas de Bolsonaro foram divulgadas alterou sensivelmente o “sentido original de sua mensagem” e que por isso “foram ultrapassados os limites da liberdade de expressão”.
No sábado (08), durante um ato em Campinas, no interior de São Paulo, Lula comentou sobre a propaganda, dizendo que ninguém virá ao Brasil com medo do “canibal”, uma alusão ao presidente Bolsonaro e sua antiga declaração. “Ninguém quer vir aqui [estrangeiros ao Brasil] com medo do canibal”, começou o petista.
“Eu vi o vídeo dele dizendo que comeria um índio. Ele falou pro jornalista estrangeiro. Aquilo não é invenção, nós estamos informando o povo de como é o nosso adversário”, disse o ex-presidente, completando que “tem muita gente preconceituosa nesse país que é capaz de querer comer índio mesmo”.
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