O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, abriu uma investigação contra Bolsonaro por suposto uso do patrimônio público e, com isso, abuso de poder, durante as eleições. A medida mais drástica desse processo pode ser a inelegibilidade do ex-presidente. Atualmente nos Estados Unidos, o derrotado nas eleições ainda não reconheceu o resultado eleitoral.
Além disso, Bolsonaro já é alvo de 16 ações que investigam uma série de condutas ilegais do ex-chefe do Executivo. Até agora, nenhuma culpa foi dada ao político. Ainda, fontes afirmam que o PL, partido dele, teme que o ex-presidente fique inelegível para 2026.
Do que Bolsonaro é acusado?
O ex-presidente, Jair Bolsonaro, terá que responder a mais uma acusação na justiça. Agora, o TSE afirma que o então candidato à reeleição usou do patrimônio público para alavancar sua campanha. Em materiais obtidos e analisados pelo TSE, estão imagens e registros de encontros com governadores eleitos em primeiro turno, deputados e artistas.
Além disso, os materiais incluem entrevistas dadas dentro dos palácios do governo. Nelas, artistas, deputados e governadores emitem mensagens de apoio ao agora derrotado. Segundo Benedito Gonçalves, houve “ostensivos atos de campanha, nos quais se buscou projetar uma imagem de força política da candidatura de Jair Bolsonaro”.
Apesar do uso, nem todas as acusações contra Bolsonaro foram acatadas. Ao todo, são 16 processos abertos, dos quais apenas 7 estão sob investigação. Caso os processos passem pelo TSE, o ex-presidente pode se tornar inelegível para 2026. Segundo os bastidores de Brasília, essa seria a principal preocupação do PL, seu partido.
“Extrai-se do material analisado que espaços tradicionalmente usados para a realização de coletivas pelo Presidente da República, no desempenho de sua função de Chefe de Estado, serviram de palco para a realização de atos ostensivos de campanha, nos quais se buscou projetar uma imagem de força política da candidatura de Jair Bolsonaro, que se evidenciaria nas alianças com governadores que alcançaram mais de 50% dos votos em seus estados já no primeiro turno e na expressividade de sua base de apoio no Congresso“, afirma Benedito Gonçalves.
Quais os processos aceitos?
Até agora, apenas 7 dos 16 processos estão sob investigação. Apesar disso, entre eles existem diversas acusações contra o ex-presidente. Assim, mesmo há apenas 20 dias fora do cargo, Bolsonaro já acumula polêmicas. Além disso, ele não reconheceu, formalmente, a derrota. Vale lembrar que ele partiu para os Estados Unidos antes de perder o cargo de presidente da República.
Atualmente, as acusações contra Bolsonaro são:
- Colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. Isso porque o ex-presidente defendeu, abertamente, a volta do voto impresso, com algumas modificações.
- Concessão de benefícios financeiros para se reeleger. Neste processo, as acusações citam o aumento do Auxílio Brasil e do vale-gás, além da criação do Auxílio Caminhoneiro e do Auxílio Taxista.
- Realização de atos de campanha dentro do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada. Dessa forma, o TSE teria materiais com anúncios de apoio de personagens importantes do processo eleitoral.
- Acusação de favorecimento da Jovem Pan em seu mandato. Isso porque a emissora teria fraudado notícias contra o STF e o TSE, além de candidatos adversários.
- Falta de controle da Justiça de doações de campanha a Bolsonaro vindas de pastores, entidades religiosas e empresários.
- Disparos de SMS em massa, com mensagens de cunho eleitoral. Segundo as investigações, o número usado seria de instituições do estado do Paraná.
- Realização de atos de campanha durante o desfile oficial de 7 de setembro, dia da independência do Brasil.