Números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados nesta terça-feira (05) mostram que somente um a cada cinco jovens de 16 e 17 anos fez seu título de eleitor até o momento. Segundo o órgão, no mês passado, foram 1,05 milhão de eleitores registrados nessa faixa etária, um aumento de 26% em relação a fevereiro.
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Apesar do crescimento, informou o órgão, os números estão longes de serem o ideal, visto que a população brasileira com 16 e 17 anos é estimada em 6,13 milhões pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mais de cinco milhões ainda não tiraram o documento.
Recentemente, o público jovem tem sido chamado a fazer seu título por celebridades que são contrárias ao presidente Jair Bolsonaro (PL), visto que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu maior adversário nas pesquisas, segundo as pesquisas, tem um grande potencial quanto o assunto são eleitores de 16 a 24 anos.
Atrelada a essa “campanha”, o TSE também tem feito esforços para que o número de jovens eleitores aumente neste ano. Essas movimentações fizeram com que a quantidade de menores de idade com título saltasse de 730 mil, no final de janeiro, para mais de um milhão em pouco menos de dois meses.
Mesmo com o salto, assim como publicou recentemente o Brasil123, este número ainda é o menor desde 2004, quando os tribunais passaram a divulgar a quantidade de novos eleitores todos os meses.
Em entrevista ao portal “UOL”, Juliana Bertholdi, que é advogada especialista em direito eleitoral, afirmou que os sentimentos de polarização entre Bolsonaro e Lula e as brigas recentes por política afetam especialmente os jovens.
“A geração que vem agora passou a infância e adolescência vendo as pessoas brigarem por política. Apesar dos esforços do TSE, nós vemos que a juventude está refratária com relação à política. Isso é algo que se precisa vencer: não deixar a política transparecer como algo abjeto, e que gera apenas brigas e discussões”, diz a especialista.
Por fim, ela ainda credita a falta de interesse da juventude à “preguiça” com o processo eleitoral. “A democracia é muito trabalhosa”, afirma ela, finalizando que a “juventude está muito acostumada com facilidades tecnológicas, mas para escolher um candidato você tem que ler, tem que se informar”.