Benedito Gonçalves, ministro corregedor-geral da Justiça Eleitoral, encerrou a fase conhecida como instrução probatória da ação contra o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) sobre a reunião organizada por ele com embaixadores antes das eleições de 2022. Na ocasião, assim como publicou o Brasil123, o ex-chefe do Executivo, sem provas, colocou em dúvida a lisura do sistema eleitoral.
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Além de Bolsonaro, Walter Braga Netto, que foi o vice do ex-presidente durante sua candidatura à reeleição, também é alvo da ação que foi impetrada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) – a dupla é acusada pela legenda de ter cometido os crimes de poder político e de uso indevido dos meios de comunicação.
De acordo com informações reveladas neste sábado (01) pelo canal “CNN Brasil”, a etapa, que teve como objetivo coletar provas relacionadas às acusações, foi encerrada na sexta-feira (31). No documento que marcou a conclusão da coleta, o ministro entendeu que o “rico acervo probatório” reunido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cumpriu a finalidade da fase de instrução.
Ainda de acordo com Benedito Gonçalves, ao longo dos três meses de coleta de provas, “foram realizadas cinco audiências e requisitados todos os documentos, inclusive procedimentos sigilosos, relacionados aos fatos relevantes para deslinde do feito”. Assim, consta que a minuta de um decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso e investigado por conta dos atos criminosos de 08 de janeiro, foi um dos documentos incluídos na ação.
Depois da finalização da coleta de provas, tanto a defesa de Bolsonaro quanto os advogados do PDT terão dois dias para se manifestar. Este também é o prazo para que o Ministério Público Eleitoral analise o caso e faça suas considerações. Depois das manifestações, o tema irá para o plenário do TSE – conforme a “CNN Brasil”, a expectativa é de que o julgamento, que pode culminar na inelegibilidade de Bolsonaro, aconteça ainda neste mês de abril.
Além da ação no TSE, o ex-presidente, que chegou nesta semana ao Brasil após ter passado três meses nos Estados Unidos, também deve enfrentar acusações da Polícia Federal (PF) e do Tribunal de Contas da União (TCU), que investigam o caso das joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. Na próxima quarta-feira (05), Bolsonaro deve prestar depoimento à PF sobre o caso.
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