Um relatório divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que, desde 03 de outubro, dia seguinte à confirmação que as eleições presidenciais seriam decididas no segundo turno pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), a corte recebeu, diariamente, mais de 500 alertas sobre notícias falsas, as famosas fake news, relacionadas à eleição.
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De acordo com o TSE, os 11 primeiros dias da retomada da campanha concentraram quase a metade dos alertas de fake news. Nesse sentido, entre 03 e 13 de outubro, foram registradas 5.869 comunicações. Ainda conforme o órgão, técnicos do TSE repassaram para análise das redes sociais neste ano mais de 12,5 mil denúncias de supostas desinformações.
Comparando a quantidade de denúncias relatadas até o momento nas eleições deste ano, constata-se que os números de 2022 são1.671% maior em comparação com as eleições municipais de 2020 – na ocasião, foram registrados 752 encaminhamentos. Segundo a corte, em 57% das denúncias, as plataformas acabaram adotando providências como retirada ou suspensão do conteúdo.
Combate do TSE
Segundo o TSE, hoje, a corte tem atuado em duas frentes com o objetivo de impedir a proliferação de fake news. Na primeira, a área técnica do órgão filtra e analisa o material suspeito de ser uma informação falsa. Depois disso, o material é encaminhado para as redes sociais, que decidem se é o caso ou não de exclusão da publicação.
Já a segunda frente acontece na área judicial. Neste caso, o TSE julga ações apresentadas pelas campanhas e analisa se as propagandas ou postagens feitas configuram desinformação. Para agilizar o processo, nesta quinta, o TSE aprovou uma resolução que visa a retirada mais rápida de notícias falsas nesses últimos dias de eleições.
De acordo com o órgão, as publicações agora podem ser retirada sem processos judiciais complexos. Durante a sessão, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, ao destacar a necessidade da resolução, lembrou que as fake news nas últimas semanas aumentaram até mesmo em comparação ao primeiro turno do pleito.
“A partir do segundo turno houve um aumento não só das notícias fraudulentas, mas da agressividade dessas notícias, que leva a uma corrosão da democracia, o que pede um procedimento mais célere em relação à desinformação”, pontuou o número um da Corte.
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