Um relatório apresentado, na segunda-feira (30), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela Comissão Avaliadora do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), mostrou que os resultados obtidos nos procedimentos demonstram a “maturidade dos sistemas eleitorais”.
Segundo o tribunal, o TPS é um conjunto de ações controladas realizadas por especialistas com o intuito de identificar possíveis vulnerabilidades e também falhas que violem a integridade e o sigilo dos votos de uma eleição.
Assim como publicou o Brasil123, a última rodada de testes públicos de segurança nas urnas eletrônicas a serem usadas nas eleições de outubro aconteceu no começo deste mês e confirmou a segurança desses aparelhos, afirmando que investigadores tentaram, mas não conseguiram alterar nenhum voto sequer.
No documento, a TPS afirmou que, “ao longo dos eventos realizados de 2009 até o momento, demonstrou-se a maturidade dos sistemas eleitorais”. Ainda no parecer, a comissão ressaltou que a análise dos processos, sistemas e componentes da urna eletrônica transmite “segurança” e “confiabilidade” para o eleitor.
Esses testes começaram a ser feitos em novembro do ano passado. Na ocasião, especialistas em tecnologia da informação, como hackers, programadores, representantes de universidades e peritos da Polícia Federal (PF), tentaram entrar no sistema das urnas com o objetivo de encontrar possíveis falhas de segurança.
À época, foram 29 tentativas de ataques. Dessas, informou o TSE, nenhuma foi capaz de acessar o sistema das urnas ou da apuração. Apesar disso, cinco falhas foram apontadas e corrigidas – a comprovação dessas correções foi feita nos testes deste mês.
No documento enviado na segunda ao TSE, a TPS sintetizou todas os trabalhos feitos desde o teste realizado em novembro do ano passado. Além disso, a comissão também fez algumas recomendações, como a participação do tribunal em eventos como hackathons, maratonas de programação em que os investigadores analisam dados e também desenvolvem projetos.
De acordo com a comissão, isso tem como objetivo “buscar novas abordagens aos problemas e desafios existentes no processo eleitoral, tais como modelos de detecção de anomalias, disponibilização dos dados de apuração de modo íntegro e auditável a todas as pessoas e entidades que tenham interesse”.
O tema urnas eletrônicas e segurança do sistema eleitoral brasileiro é um dos assuntos que mais estão sendo citados nos últimos meses. Isso porque, apesar dos testes em que a confiabilidade do processo é comprovada, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), continua insinuando o contrário e defendendo a volta do voto impresso.
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