Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram nesta quinta-feira (13) pela remoção de um vídeo divulgado pela produtora “Brasil Paralelo” contendo reportagens que associavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a casos de corrupção. A decisão do plenário terminou em quatro a três.
Hoje, Lula disputa com o atual presidente da República Jair Bolsonaro (PL) o segundo turno da eleição presidencial. A segunda etapa do pleito está marcada para acontecer no dia 30 de outubro, último domingo do mês. Nesta quinta, o plenário analisou uma ação da campanha do petista, que afirmou que o ex-chefe do Executivo teve sua honra atingida pela publicação.
Ao analisar o caso, a maioria dos ministros firmou o entendimento de que a veiculação do vídeo deve ser suspensa sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Um dos ministros que votou pela suspensão foi Alexandre de Moraes, presidente do TSE – em seu voto, ele ressaltou que a campanha eleitoral vem sendo marcada por duas novas modalidades de desinformação.
“A primeira delas é a manipulação de algumas premissas verdadeiras, que junta várias informações verdadeiras que aconteceram chegando a uma conclusão falsa”, começou ele, explicando que “a segunda delas é a utilização de mídias tradicionais para se ‘plantar’ fake news e, a partir disso, as campanhas replicam essas fake news, dizendo que ‘isso é uma notícia'”.
Além disso, Alexandre de Moraes destacou que essas novas formas de fake news precisam ser combatidas. “Não se pode admitir mídia tradicional de aluguel, que faz uma suposta informação jornalística absolutamente fraudulenta para permitir que se replique isso”, afirmou ele, finalizando que esses casos cresceram muito, principalmente a partir do segundo turno. “Essa desinformação deve ser combatidas para garantir a informação de verdade”, disse o presidente do TSE.
Campanha de Lula chamando Bolsonaro de canibalista
Depois da decisão de suspender as reportagens que associavam Lula a casos de corrupção, o plenário do TSE optou por manter a decisão de proibir que a campanha do petista exiba uma propaganda associando o atual presidente Bolsonaro ao canibalismo.
Assim como publicou o Brasil123, a propaganda trazia uma entrevista de Bolsonaro dada ao jornal americano “The New York Times” em 2016. Na ocasião, o chefe do Executivo disse que comeria um índio “sem problema nenhum” em ritual de aldeia.
Leia também: Quem ‘errar menos’ vence as eleições, avalia comitê de Bolsonaro