O último ato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos poderá ser, no mínimo, uma decisão um tanto quanto inusitada. Isso porque, de acordo com o jornal The New York Times, Trump tem ouvido a opinião de assessores próximos a ele para avaliar a possibilidade de conceder um perdão presidencial a si mesmo, algo que, como deve imaginar o leitor, é inédito na história americana.
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De acordo com a publicação do jornal, a atitude seria uma forma de Trump se blindar contra possíveis e futuras investigações e condenações após deixar a presidência. Ainda segundo The New York Times, a ideia vem sendo comentada por Trump com seus assessores desde a eleição presidencial, em novembro passado, vencida pelo seu rival, o democrata Joe Biden.
Adicionalmente, Trump não pensa em conceder o perdão somente a ele. O presidente quer dar a graça também aos seus três filhos mais velhos, a Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca, e ao seu advogado pessoal, Rudolph Giuliani.
O medo de Trump se dá pelo receio de que o novo eleito para a Casa Branca investigue todos eles quando assumir o cargo. Todavia, com o perdão, pelo menos em tese, Trump estaria em tese imune às investidas jurídicas.
Por fim, a publicação do jornal americano explica que o perdão pode não surtir o efeito desejado. Isso porque especialistas em direito dos Estados Unidos se dividem sobre a validade da medida, ainda que ela possa, sim, ser aplicada de forma preventiva, de acordo com a própria legislação do perdão presidencial.
Trump não irá à cerimônia de posse
Pode-se dizer o que for sobre Trump, menos que ele não gosta de causar. Horas antes de ser banido por tempo indeterminado do Twitter, o presidente americano confirmou, na sexta (08) que não participará da posse de Joe Biden no cargo em 20 de janeiro.
“A todos aqueles que perguntaram, eu não vou à cerimônia de posse em 20 de janeiro”, escreveu Trump no Twitter. Trump será o primeiro presidente em 152 anos a não comparecer ao evento. Quando Trump assumiu a Casa Branca, em 2017, Barack Obama compareceu ao evento e cumprimentou o republicano.
Os únicos três presidentes que faltaram à posse dos seus sucessores foram John Adams (em 1801), John Quincy Adams (em 1829) e Andrew Johnson (em 1869).