A Defesa Civil de Maceió divulgou nota na noite desta segunda-feira (4), informando que houve uma leve aceleração na velocidade vertical de afundamento do solo acima da mina nº 18 da Braskem.
A saber, o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,80m e a velocidade vertical é de 0,26 cm por hora, apresentando um movimento de 6,3 cm nas últimas 24h.
Ainda mais, no boletim divulgado ainda pela manhã, a velocidade vertical era de 0,25 cm por hora. A mina n° 18 está localizada na região do antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA), no Mutange.
Alerta máximo em Maceió
Pelo fato de ainda haver risco iminente de colapso da mina, o órgão mantém o alerta máximo em Maceió.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, ressalta.
Prefeito apresenta levantamento de danos
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), esteve nesta segunda-feira (4), em Brasília para apresentar um levantamento da situação da capital alagoana por causa do iminente colapso da mina nº 18 da Braskem.
Segundo o prefeito, os danos causados pela mineração estão pressionando a cidade por serviços de logística, educação, saúde e mobilidade urbana.
“Estamos trazendo o levantamento de todas as áreas afetadas para que o governo federal possa conhecer um pouco mais desses projetos que Maceió tem realizado para que, conjuntamente, possamos pensar em soluções. Claro que uma das principais necessidades sempre é a fonte de financiamento e, por mais que a prefeitura busque a reparação desses danos, ela jamais será suficiente, tamanha a demanda que teremos daqui por diante”, disse JHC.
Cabe mencionar que o prefeito esteve em reunião com os ministérios do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS), no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), do Turismo e da Aquicultura e Pesca, além da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Então, após a reunião com o JHC, o ministro Wellington Dias informou que, diante da amplitude da emergência, o MDS vai priorizar o atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade, integrando as ações de acolhimento, abrigo e alimentação, além de atenção para as questões que envolvam a saúde física e mental das pessoas que precisaram deixar seus lares.
Estado de emergência em Maceió
Por fim, vale lembrar que na semana passada, o governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió pelos danos causados em razão do afundamento do solo na cidade.
A saber, com o reconhecimento federal, a prefeitura está apta a solicitar recursos para ações de assistência humanitária.
CPI
O prefeito de Maceió também esteve com o presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
Em entrevista após o encontro, o senador disse ser favorável a tirar do papel a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada a investigar a responsabilidade da empresa petroquímica Braskem sobre os danos da extração de sal-gema do subsolo de Maceió.
No entanto, Cunha disse que a proposta da CPI nasceu de forma viciada, citando ligações do senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do requerimento de criação da comissão, com a Braskem.
“A CPI pode e deve ir para a frente, mas sem a figura que vicia e contamina todo o processo investigatório”, ponderou o presidente em exercício.
Com informações da Agência Brasil